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    Venezuela barra visita de ex-líderes a oposicionista

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    29/05/2015 21h12

    Em visita à Venezuela para apoiar a oposição local, os ex-presidentes Andrés Pastrana, da Colômbia, e Jorge Quiroga, da Bolívia, foram impedidos nesta sexta (29) de entrar no presídio onde se encontra Leopoldo López.

    Ex-prefeito de Chacao, na região metropolitana de Caracas, López está detido há mais de um ano sob a acusação de incentivar a violência nos protestos antigoverno.

    Em janeiro, Pastrana, então acompanhado do ex-presidente chileno Sebastian Piñera, já havia sido barrado na entrada de Ramo Verde, a prisão militar nos arredores de Caracas onde o governo mantém vários opositores.

    Os ex-presidentes da Colômbia e da Bolívia participarão neste sábado (30) de uma marcha na capital convocada por López, que está em greve de fome há cinco dias.

    Pastrana e Quiroga também foram barrados na entrada do presídio de San Juan de los Morros, 160 km a sudoeste da capital, onde tentaram visitar o opositor Daniel Ceballos, ex-prefeito de San Cristóbal (extremo oeste).

    Na quinta-feira, no entanto, os ex-presidentes conseguiram permissão das autoridades para visitar o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, atualmente em prisão domiciliar.

    Os ex-presidentes integram uma campanha internacional que exige a libertação imediata de opositores venezuelanos que muitos consideram presos políticos.

    O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso apoia o movimento, mas ainda não viajou até a Venezuela em apoio à oposição. FHC e o ex-premiê espanhol Felipe González cogitam fazê-lo só depois que for marcada nova audiência para López.

    'DESOCUPADOS'

    O governo venezuelano diz que López, Ceballos e os demais presos estão detidos por ter instigado as violentas manifestações do primeiro semestre de 2014, que resultaram em 43 mortes, incluindo policiais e manifestantes.

    De acordo com o governo, o objetivo dos protestos era desestabilizar o país visando produzir condições favoráveis a um golpe de Estado.

    "Imaginem o que seria de um país que se submete ao que opinem ou deixem de opinar ex-presidentes que, geralmente, são muito desprestigiados e que ninguém quer em seus países. [...] São um clube de desocupados que vêm aqui para incomodar", disse o presidente Nicolás Maduro na quinta (28).

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