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    Perícia descobre que arquivos foram copiados do computador de Nisman

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    31/05/2015 14h51

    Uma revelação neste domingo (31) sobre o caso Alberto Nisman, o promotor argentino que foi encontrado morto em circunstâncias suspeitas pouco antes de um depoimento contra o governo Cristina Kirchner no Congresso, pode marcar uma reviravolta nas investigações.

    Segundo reportagem do jornal "La Nación", a perícia constatou que alguém inseriu três pen drives no computador do promotor horas antes de seu corpo ser encontrado, na noite de 18 de janeiro.

    Marcos Brindicci - 29.mai.2013/Reuters
    O promotor argentino Alberto Nisman, 51, morto em janeiro deste ano
    O promotor argentino Alberto Nisman, 51, encontrado morto em janeiro deste ano

    A máquina de Nisman teria sido invadida às 20h07 daquele domingo –horário em que ele, segundo duas perícias, já estaria morto.

    O corpo do promotor foi achado por sua mãe por volta das 22h30 de domingo, no banheiro de casa, com um tiro na cabeça. Segundo os laudos, a morte ocorreu entre a noite anterior e aquela tarde.

    Os primeiros passos da investigação apontaram suicídio, mas desde então surgem informações que levantam suspeita de assassinato.

    O acesso na noite do dia 18 foi registrado pelo computador do promotor. Segundo fontes citadas pelo jornal, há suspeita de que documentos tenham sido apagados.

    Nisman, 51, trabalhava em uma acusação contra a presidente, seu chanceler, Héctor Timerman, e aliados políticos por supostamente tentarem encobrir os responsáveis pelo atentado contra a entidade judaica Amia, em 1994.

    Segundo o promotor, Cristina teria liderado uma negociação para tentar acobertar altos funcionários do Irã. O governo argentino nega.

    O "La Nación" alega que a informação sobre o acesso ao computador faz parte da perícia oficial nos equipamentos do promotor, que deve ser concluída em alguns dias.

    A descoberta pode alterar o rumo que a investigação tomou, com um retorno à hipótese inicial de suicídio. O arquivamento pela Justiça das acusações de Nisman contra Cristina contribuiu para o caso perder força no noticiário.

    O laudo oficial não corroborou a hipótese de assassinato defendida por peritos contratados pela ex-mulher do promotor, Sandra Arroyo Salgado. Segundo a junta de médicos forenses responsável, não foram achados vestígios de outra pessoa no banheiro onde o corpo estava e não havia indícios de que este tenha sido removido.

    Os peritos oficiais disseram ter dúvidas de que as manchas encontradas na pia do banheiro fossem de sangue.

    Há, porém, questões não explicadas sobre o caso, como a posição da arma achada com o corpo: sob o ombro esquerdo do promotor, embora a bala tenha entrado pelo lado direito de sua cabeça.

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