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    Ex-líderes pedem a papa que questione Maduro sobre opositores presos

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    05/06/2015 22h54

    O Clube de Madri, foro que reúne 107 ex-chefes de Estado e de governo, pediu ao papa Francisco que aproveite a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Vaticano neste domingo (7) para pressioná-lo a soltar opositores presos.

    "É uma oportunidade histórica que pode eliminar obstáculos ao progresso democrático [da Venezuela] e facilitar o exercício dos direitos humanos", disse o clube em carta endossada pelo brasileiro Fernando Henrique Cardoso e pelo americano Bill Clinton, entre outros.

    Miguel Gutiérrez/Efe
    Lilian Tintori, mulher do opositor preso Leopoldo López, durante entrevista à imprensa em Caracas
    Lilian Tintori, mulher do opositor preso Leopoldo López, durante entrevista à imprensa em Caracas

    A ONG britânica Human Rights Watch também pediu ao papa que interceda em favor da oposição venezuelana.

    Os apelos surgem num momento em que os dois opositores venezuelanos presos mais conhecidos –o líder do partido Voluntad Popular, Leopoldo López, e o ex-prefeito de San Cristóbal (extremo oeste), Daniel Ceballos– estão prestes a completar duas semanas de greve de fome.

    ELEIÇÃO PARLAMENTAR

    Detidos há mais de ano por instigar violentos protestos, os linha-dura López e Ceballos exigem que o governo socialista anuncie a data da eleição parlamentar marcada para o fim do ano.

    Teme-se que o chavismo cancele o pleito caso perceba que pode perder.

    A greve de fome teve adesão de mais 25 venezuelanos, incluindo políticos e cidadãos comuns. Dois vereadores de San Cristóbal aliados de Ceballos estão em greve de fome na praça São Pedro, na entrada do Vaticano.

    O movimento de apoio à ala mais radical da oposição venezuelana será reforçado com a ida a Caracas, neste domingo, do ex-premiê espanhol Felipe González, também membro do Clube de Madri.

    Adiada diversas vezes, a viagem de González foi confirmada nesta sexta pela MUD, aliança de partidos opositores.

    PERSONA NON GRATA

    Não está claro se as autoridades o deixarão passar pela alfândega do aeroporto, já que o Parlamento venezuelano o declarou persona non grata, uma medida não vinculante, mas com forte sentido político.

    Embora seja socialista, González tornou-se crítico ferrenho do regime em vigor na Venezuela.

    Maduro acusa González e outros adversários estrangeiros de ingerência em temas venezuelanos e acusa os opositores presos de conspirar para derrubar o socialismo.

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