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    Vaticano suspende jornalista que vazou encíclica do papa Francisco

    DE SÃO PAULO

    16/06/2015 12h00

    Tiziana Fabi/AFP
    Gaivota voa durante oração do Angelus celebrada pelo papa Francisco no Vaticano
    Gaivota voa durante oração do Angelus celebrada pelo papa Francisco no Vaticano

    O Vaticano suspendeu nesta terça-feira (16) as credenciais do jornalista Sandro Magister, correspondente da revista "L'Espresso" supostamente responsável pelo vazamento de uma encíclica do papa Francisco sobre questões ambientais.

    A suspensão do correspondente foi anunciada pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em uma comunicado que classifica o vazamento da encíclica como "uma iniciativa incorreta, fonte de forte desconforto para muitos colegas jornalistas".

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    "Comunico [a Magister] que a sua credencial para a nossa Sala de Imprensa ficará suspensa por tempo indeterminado a partir de amanhã", afirma o comunicado.

    Magister disse à Associated Press não ser responsável pelo vazamento da encíclica, a qual teria sido obtida e publicada por seu editor.

    Na segunda (15), a "L'Espresso" havia publicado em seu website as 191 páginas do documento batizado de "Laudato Si" ("Louvado sejas", em italiano medieval) –segundo o Vaticano, trata-se de um rascunho da encíclica de Francisco.

    A encíclica, que será oficialmente divulgada na quinta (18), faz um ataque contundente à forma como as nações, sobretudo as mais ricas, lidam com a questão ambiental.

    No texto, o pontífice condena a inação internacional diante da mudança climática e argumenta que a humanidade não tem direito de destruir outros seres vivos.

    O último grande caso de vazamento de documentos do Vaticano, em 2012, levou omordomo do papa Bento 16 a julgamento por roubar documentos pessoais e por repassá-los a um jornalista italiano. Ele chegou a ser condenado, mas posteriormente foi perdoado pelo pontífice emérito.

    Após o escândalo, conhecido como "Vatileaks", o Vaticano atualizou o seu código penal, incluindo pena de dois anos de prisão e multa de 5.000 euros (cerca de R$ 17 mil) para quem vazar documentos. Não está claro se essa punição será aplicada para Magister.

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