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    Após reclamações, Itamaraty acelera promoção de diplomatas

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    17/06/2015 12h26

    O Itamaraty decidiu aumentar, nos próximos anos, o número de diplomatas em início de carreira que serão promovidos pela pasta.

    A iniciativa busca atender reclamação de servidores do ministério insatisfeitos com o congelamento na carreira promovido após ampliação de vagas em concursos na gestão do então presidente Lula.

    Entre 2006 e 2010, foram abertas mais de 100 vagas anuais no concurso do Instituto Rio Branco, número acima da média de anos anteriores. Em 2015 há 30 vagas disponíveis.

    Jhon Paz - 7.jul.2014/Xinhua
    O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, iluminado à noite
    O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, iluminado à noite

    De acordo com o Itamaraty, até 80 terceiros-secretários (classe inicial da diplomacia) serão promovidos em 2015 e 2016. Em 2014, a promoção foi concedida a 33 servidores.

    Também foi acelerado o ritmo de promoção de segundo para primeiro-secretário. Enquanto no ano passado essa progressão havia sido concedida a 31 diplomatas, em 2015 serão beneficiados 40 servidores.

    O anúncio ocorre após assinatura de portaria pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a qual define a meta de promoções de servidores até 2018.

    Na prática, a medida implica em maior salário para esses diplomatas, lotados no Brasil ou no exterior, e maior expectativa para assumir postos mais elevados.

    A chefia de um consulado ou embaixada, por exemplo, é concedida a diplomatas que estejam ao menos na classe de conselheiro. Em Brasília, também há exigência mínima para o cargo de chefe de divisão.

    O Itamaraty possui cerca de 1.500 diplomatas ativos. De acordo com dados mais recentes do Ministério do Planejamento, a remuneração inicial, de terceiro-secretário, é de R$ 14.290,72. O salário da categoria seguinte, segundo-secretário, sobe para R$ 15.800,06.

    CARTA

    No ano passado, os servidores mais jovens chegaram a entregar uma carta ao então chanceler, Luiz Alberto Figueiredo, destacando o problema do represamento de promoções.

    Ao todo, 342 diplomatas assinaram o documento, que criticava "distorções" e a "significativa anomalia do fluxo da carreira".

    "A manutenção das circunstâncias atuais poderá representar prejuízo não apenas para os integrantes da classe terceiro-secretário, mas também para o ministério como instituição, já que seria privado das contribuições de toda uma geração de profissionais que jamais encontrarão possibilidade de assumir posições de responsabilidade e comando", dizia a carta.

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