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    Texto preparatório para o sínodo reitera posições da Igreja sobre gays

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    23/06/2015 11h46

    O Vaticano voltou a afirmar nesta terça-feira (23) que o casamento heterossexual é "a base indispensável para a formação integral da criança" no documento preparatório que servirá como base para o próximo sínodo sobre a Família, a ser realizado em outubro.

    O documento, chamado de "Instrumentum Laboris" ("Documento de Trabalho"), será usado como referência para a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (espécie de "parlamento" da Igreja Católica), que será realizada no Vaticano entre 4 e 25 de outubro.

    O texto foi preparado a partir de discussões anteriores e de consultas aos fiéis sobre assuntos como matrimônio, adoção, aborto e eutanásia.

    Pedro Armestre - 18.ago.2011/AFP
    Casal gay se beija diante do papamóvel de Bento 16 durante sua passagem por Madri, em 2011
    Casal gay se beija diante do papamóvel de Bento 16 durante sua passagem por Madri, em 2011

    Ativistas dos direitos LGBT (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) esperavam que o documento pudesse trazer uma linguagem mais conciliatória no que diz respeito à forma como a Igreja Católica aborda a homossexualidade, retomando sinalizações que a Igreja havia emitido recentemente.

    Um documento preparatório para o sínodo, lançado no ano passado, defendia uma atitude de aceitação em relação aos fiéis gays. Entretanto, sua linguagem foi modificada após a mobilização de bispos mais conservadores, eliminando alguns trechos considerados mais receptivos.

    O documento lançado nesta terça reafirma a posição da Igreja de oposição ao casamento homossexual e à adoção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo.

    No entanto acrescenta que "os homens e as mulheres com tendências homossexuais devem ser amparados com respeito e delicadeza" e considera "desejável" que os projetos pastorais deem "atenção específica ao acompanhamento das famílias" que contam com membros homossexuais.

    No que se refere à adoção e à educação, o texto afirma que o "amor conjugal entre um homem e uma mulher [...] constitui a base indispensável para a formação integral da criança".

    Em relação a eutanásia e o aborto, o Vaticano insiste em que "a vida é um presente de Deus e, por isso, não pode ser descartada nem em seu começo nem no fim".

    As discussões do sínodo servirão como base para que o papa Francisco elabore um texto com as orientações da Igreja Católica sobre temas relacionados à família.

    Esse processo abre espaço para reformas, principalmente no que diz respeito à abordagem da Igreja em relação aos fiéis gays e divorciados.

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