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    Hillary ecoa pedido por fim de bandeira escravagista

    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK

    23/06/2015 18h05

    A ex-secretária de Estado e pré-candidata democrata à Presidência dos EUA, Hillary Clinton, uniu-se nesta terça-feira (23) ao coro pedindo a retirada da bandeira da Confederação sulista, símbolo do período escravagista americano utilizado por movimentos racistas, das imediações da Câmara dos Deputados da Carolina do Sul.

    Hillary, que já iniciou sua campanha presidencial pelo país, elogiou a atitude da governadora do Estado, a republicana Nikki Haley, que pediu ao Legislativo estadual que discuta o tema.

    Nesta terça (23), a Câmara e o Senado estaduais aprovaram proposta para debater o pedido da governadora, o que deve ocorrer nos próximos dias.

    Whitney Curtis/AFP
    Pastora Traci Blackmon (esq.) ouve discurso de pré-candidata democrata Hillary Clinton no Missouri
    Pastora Traci Blackmon (esq.) ouve discurso de pré-candidata democrata Hillary Clinton no Missouri

    "É preciso reconhecer [a bandeira] como um símbolo do nosso passado racista, que não tem espaço no nosso presente ou no nosso futuro", afirmou, arrancando aplausos da plateia em uma igreja em Flossant (Missouri).

    "Ela não deveria tremular lá, não deveria tremular em lugar algum."

    A ex-primeira-dama também congratulou as redes varejistas Amazon, Walmart, Ebay, Sears e Etsy, que baniram nesta semana a venda de produtos que incluam a bandeira confederada.

    "Peço a todos os varejistas que façam o mesmo. Isso é apenas o começo do que precisamos fazer", disse.

    Ecoando discurso do presidente Barack Obama na semana passada, Hillary defendeu ainda uma reforma nas leis de posse de armas nos EUA, "para manter nossas comunidades seguras".

    A discussão sobre a bandeira ganhou força no debate político americano após o massacre de nove negros em uma igreja de Charleston, na Carolina do Sul. A flâmula adornava a placa do carro do atirador, o jovem branco Dylan Roof, 21.

    No sábado, foram divulgadas fotos do jovem segurando o símbolo em um site chamado thelastrhodesian [o último rodésio], referência à república africana da Rodésia (atual Zimbábue), onde existiu um regime segregacionista.

    O ataque em Charleston motivou políticos de outros Estados americanos, como Virgínia, Mississippi e Texas, a se posicionar contra o símbolo.

    No debate federal, no entanto, a questão é mais complicada e divide republicanos e democratas há anos. Hillary já havia defendido a abolição da bandeira em 2007.

    Os republicanos mantêm uma atitude mais cautelosa: defendem que a permanência ou retirada da bandeira do Parlamento estadual deve partir de uma decisão do Estado, não do governo federal.

    O único líder republicano de influência nacional a condenar o símbolo sulista foi Mitt Romney, que concorreu à Presidência americana em 2012 contra Obama.

    "Retirem a bandeira confederada do Parlamento da Carolina do Sul. Para muitos, ela é um símbolo de ódio racial. Retirem-na em respeito às vítimas de Charleston", escreveu na rede social Twitter.

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