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    Google defende união para combater difusão do Estado Islâmico na internet

    DE SÃO PAULO

    24/06/2015 14h12

    Dois diretores do Google fizeram um apelo a outras empresas de tecnologia que se unam para combater a difusão de vídeos e outras informações da milícia radical Estado Islâmico pela internet.

    A guerra contra os extremistas foi declarada pelo chefe de legislação da companhia, David Drummond, e pela diretora de políticas, Victoria Grand, durante apresentação no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, na terça-feira (23).

    Grand considera que a facção tem uma presença sólida e descentralizada nas redes sociais e no site de vídeos YouTube, pertencente ao Google, e que as empresas de ainda não conseguem conter a difusão de conteúdo radical islâmico.

    "Ainda vemos em média dois ou três vídeos de decapitações por semana. Eles seguem as orientações dadas há dez anos por Osama bin Laden e os elevam a outro nível, usando as redes sociais".

    Para Drummond, o poder da milícia na internet é maior que a dos sites. "O desafio é atingir o equilíbrio entre permitir que as pessoas sejam educadas sobre os perigos e a violência deste grupo", disse.

    "Mas não permitindo que nos tornemos um canal de distribuição para esta propaganda terrorista horrível, mas com grande potencial noticioso."

    PROPAGANDA

    A difusão de atos terroristas foi o principal tema da apresentação do Google no festival. O site defendeu a exibição de vídeos como os que mostravam os dois terroristas matando um policial após o ataque ao jornal "Charlie Hebdo", em janeiro.

    "Assim como outros vídeos que mostram o momento da morte de alguém, temos que considerar a dignidade da vítima da mesma forma que o valor jornalístico das imagens. Nós decidimos mantê-lo no ar de forma global", disse Grand.

    Por outro lado, a diretora de políticas da empresa criticou meios de comunicação que exibiram na íntegra vídeos como o da morte do soldado jordaniano Muath al-Kaseasbeh, queimado vivo pelo Estado Islâmico.

    Como solução para evitar o avanço da milícia na internet, os representantes do Google pediram a empresas e agências de publicidade que alimentem o YouTube com mais conteúdo de combate à propaganda terrorista.

    "A tecnologia é uma das grandes ferramentas que temos para atingir jovens em risco de todo o mundo e tirá-los do caminho do ódio e da radicalização. Nós só podemos fazer isso se oferecemos alternativas", defendeu Grand.

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