A polícia da Turquia usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar a multidão que se aglomerava para a Parada Gay de Istambul, neste domingo (28), nas proximidades da praça Taksim.

A praça foi palco das manifestações de 2013 contra o governo do país, violentamente reprimidas pela polícia.

Centenas de pessoas se concentravam nas proximidades de Taksim quando começaram a ser avisados pela polícia de que a marcha não poderia ocorrer. Pouco depois, o confronto começou.

Alguns dos presentes carregavam cartazes denunciando o "fascismo" do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Ativistas chegaram a ser detidos, segundo as agências de notícias.

Ainda não estão claras as razões da polícia para dispersar a marcha, que já está em sua 13ª edição e é apontada por alguns como a maior parada de orgulho gay do mundo islâmico.

Este ano, porém, a data do evento coincidiu com o mês do Ramadã, período sagrado islâmico, o que pode ter provocado uma reação dos mais conservadores.

De acordo com o jornal turco "Hürriyet Daily News", o comitê organizador afirmou que autoridades decidiram proibir a marcha sem avisá-los previamente por coincidir com o Ramadã.

Diferentemente de outros países de maioria muçulmana, a Turquia não criminaliza a homossexualidade.

A primeira marcha do orgulho gay de Istambul aconteceu em 2013 com apenas 30 participantes. Desde então, o número vem aumentando, chegando a dezenas de milhares nos últimos anos.

Apesar do confronto com a polícia, parte dos manifestantes conseguiu se reagrupar e deu continuidade à marcha, a alguns blocos da praça.