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    Dilma encontra Kissinger e Murdoch em sua ofensiva por investimentos

    RAUL JUSTE LORES
    THAIS BILENKY
    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK (EUA)

    29/06/2015 15h50

    Durante visita aos Estados Unidos, em ofensiva para convencimento o empresariado americano a investir no Brasil, a presidente Dilma Rousseff se encontrou com dois nomes polêmicos para a esquerda latino-americana.

    Na sede do "Wall Street Journal", Dilma se reuniu na manhã desta segunda-feira (29) com Rupert Murdoch, dono do diário nova-iorquino e da rede ultraconservadora de notícias Fox News.

    Depois, a presidente se encontrou com Henry Kissinger, ex-assessor do presidente americano Richard Nixon —considerado bastante próximo de diversas ditaduras latino-americanas nos anos 1970.

    Roberto Stuckert Filho/Presidência/AFP
    A presidente Dilma (à dir.) cumprimenta o ex-diplomata americano Henry Kissinger em Nova York
    A presidente Dilma (à dir.) cumprimenta o ex-diplomata americano Henry Kissinger em Nova York

    Além disso, Dilma encontrou executivos dos setores financeiro e produtivo dos Estados Unidos. O governo também realizou um seminário para 470 investidores e empresários, em sua maioria estrangeiros.

    Segundo assessores, a atitude pragmática de Dilma diante do empresariado americano é representativa de sua vontade de mostrar uma mudança de rumos na política econômica.

    Depois do encontro com Dilma, Kissinger defendeu que a política externa americana para o hemisfério ocidental tenha o Brasil como "elemento chave". "Acredito que sempre haja alguns problemas, mas o importante é a forma como eles são conduzidos", afirmou.

    O ex-secretário de Estado relatou ter ficado com impressão "positiva" de Dilma e de sua viagem aos Estados Unidos. Kissinger relatou terem falado sobre como proteger políticas externas nos tempos de internet, mas que "não houve tempo" para discutirem a política externa americana nos anos 1970 na América Latina.

    PROPAGANDA

    A data da visita de Dilma ao "Wall Street Journal" coincide com a da publicação de um anúncio de quatro páginas inteiras no caderno de investimentos do jornal em que o governo faz propaganda do novo programa de concessões de infraestrutura, lançado no início de junho.

    Nas cores da bandeira nacional, a peça publicitária lista as possibilidades de aplicação em estradas, ferrovias, portos e aeroportos, que somam R$ 198,4 bilhões.

    O texto afirma que o país esteve entre os seis maiores destinos de investimento estrangeiro direto desde 2011. "Chegou a hora de construirmos as bases de um novo ciclo de desenvolvimento e crescimento no país", resume o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) no anúncio.

    A peça é traduz o objetivo da viagem da comitiva brasileira em Nova York: divulgar o pacote, reunir-se com potenciais investidores e sanar dúvidas.

    Nos encontros privados, Dilma esteve com executivos de grandes grupos econômicos como Citibank, J.P. Morgan, Credit Suisse, Coca-Cola, Walmart e outros.

    No jornal "Wall Street Journal", também participaram da conversa o editor-chefe adjunto, Matt Murray, e o editor de internacional, Adam Horvath, participaram da visita, assim como Robert Thomson, presidente da NewsCorp, que também faz parte do conglomerado de Murdoch.

    Do lado brasileiro, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, acompanhou Dilma.

    A conversa abrangeu avaliações de cenário econômico, investimentos e a Olimpíada do Rio no ano que vem.

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