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    Nos EUA, Dilma promete rever matriz energética e reflorestamento

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
    DE SÃO PAULO

    30/06/2015 12h02

    O governo brasileiro reafirmou com os EUA a intenção de reduzir as emissões de gases que provocam o aquecimento global e comprometeu-se a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

    Em comunicado conjunto divulgado nesta terça-feira (30), o Brasil se compromete a "implementar políticas com vistas à eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio de reflorestamento e da restauração florestal".

    O governo também estabelece como meta atingir em 2030 uma participação de 28% a 33% na matriz energética de fontes renováveis, excluindo a geração de energia hidrelétrica.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O comunicado foi divulgado pouco antes do encontro dos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama. A reunião de trabalho começou às 10h30 locais (11h30 em Brasília) e foi seguido, posteriormente, por uma coletiva conjunta.

    Tanto na reunião de trabalho quanto na coletiva conjunta, os dois estavam muito sorridentes e pareciam relaxados, em contraste ao semblante mais sisudo na última visita de Dilma aos EUA, em abril de 2012.

    Posteriormente, na coletiva, Dilma prometeu zerar o desmatamento ilegal até 2030.

    Na noite de segunda-feira (29), membros do governo indicaram que Dilma faria um anúncio específico sobre o desmatamento ilegal. Segundo essas autoridades, a presidente anunciaria a intenção de zerar o desmatamento ilegal até 2025.

    Falada de última hora por Dilma, sem estar presente na declaração final dos presidentes, a promessa relativa a 2030 parece uma tentativa de apresentar uma agenda positiva em um momento em que o governo brasileiro sofre pressão política doméstica.

    Dilma estava acompanhada dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Joaquim Levy (Fazenda), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Kátia Abreu (Agricultura), e do embaixador em Washington, Luiz Alberto Figueiredo.

    A maior prioridade de Obama era um anúncio conjunto com o Brasil de metas de redução de emissões, em antecipação à conferência do clima de Paris. A Casa Branca queria um acordo semelhante ao feito em novembro com a China.

    O compromisso em papel ficou aquém do desejado pela Casa Branca, mas é mais ambicioso do que o Brasil pretendia. Deste modo, é encarado como uma possibilidade de "agenda positiva" para Dilma neste momento.

    O plano proposto detalha compromissos assumidos anteriormente pelo Brasil e os apresenta dentro do conceito de metas, uma demanda antiga de governos de outros países e organizações ambientais.

    O acordo não estabelece metas para redução de emissões e do desmatamento.

    A proposta de erradicar o desmate ilegal, sem prazo no documento conjunto, já constava em planos anteriormente divulgados.

    As metas para a matriz energética também foram pouco ambiciosas. O Brasil já está desde 2012 na faixa de 28% a 33% de fontes renováveis (exceto hidrelétrica), colocada como compromisso até 2030.

    Colaborou RAUL JUSTE LORES, de Washington.

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