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    Dilma diz que foi vice-presidente dos EUA que tornou viagem possível

    THAIS BILENKY
    ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON

    30/06/2015 16h07

    A presidente Dilma Rousseff atribuiu ao vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o restabelecimento das relações entre os dois países e disse que "o sucesso desse encontro tem uma dívida histórica com o vice-presidente por sua determinação e disponibilidade para dialogar".

    Em 2013, a presidente cancelou viagem oficial aos Estados Unidos depois da revelação de que teria sido espionada pelo governo norte-americano.

    Em almoço no Departamento de Estado nesta terça-feira (30), a presidente disse que Biden a tem "honrado" com sua "amizade" e telefonemas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "Em várias oportunidades, as diversas demonstrações de interesse e amizade que o senhor externou pelo meu país o tornou um amigo muito especial para mim e para o povo do meu país" e "muito contribuiu para que esta visita se tornasse possível".

    Biden, que discursou antes de Dilma, disse que "admira muito o Brasil porque admiro a presidente Dilma".

    O almoço foi oferecido em homenagem à brasileira depois de encontro de trabalho dela com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca.

    Criticada por setores por suposta omissão à violação de direitos humanos em países latino-americanos, a presidente Dilma disse acreditar na cooperação como instrumento de aprofundamento das democracias.

    Biden esteve com Dilma no Brasil durante a Copa do Mundo, em 2014, e na posse dela em seu segundo mandato, em janeiro último. O vice-presidente americano foi quem assumiu o contato com a presidente para azeitar a relação depois das revelações de espionagem. Biden inclusive telefonou para Dilma uma semana antes de sua visita para os últimos acertos.

    Acompanhada da filha, Paula, e os ministros que integram sua comitiva, Dilma foi recebida no salão Benjamin Franklin em um almoço para cerca de 200 pessoas. Segundo um assessor do Itamaraty, o governo americano chegou a convidar a modelo Gisele Bündchen e o jogador de basquete Nenê, brasileiros famosos que moram nos Estados Unidos, mas nenhum dos dois compareceu.

    O diplomata Thomas Shannon, que serviu como embaixador no Brasil, estava presente, em uma mesa no fundo do salão.

    Na antessala, uma instrumentista tocava harpa. No menu, ervilhas com queijo de cabra de entrada, ensopado de frutos do mar e musse de limão. Havia duas opções de vinho, sauvignon blanc Mazzocco 2014 e chardonnay Matrix Bacigalupi 2012.

    Dilma expressou surpresa quando o secretário-adjunto de Estado, Tony Blinken, mencionou a morte do mineiro Fernando Brant, autor de "Canção da América", que, segundo o americano, "honra uma profunda amizade com os Estados Unidos".

    "Saudou" Biden, Obama e Raúl Castro, mandatário de Cuba, pelo restabelecimento de relação entre os dois países, ato que terá "imensa repercussão nas relações dentro da América Latina.

    A consolidação da democracia, disse Dilma, é fruto do "crescimento econômico e inclusão social" e, sobretudo, "fruto de uma opção, porque vários países vieram de ditaduras".

    A presidente brasileira considerou "histórica" a meta de aumentar em 20% a energia renovável na matriz energética dos dois países sem considerar hidrelétricas até 2030.

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