O governo brasileiro saudou o anúncio, feito nesta quarta-feira (1º), da reabertura de embaixadas entre Cuba e Estados Unidos a partir do dia 20 de julho. Segundo o Itamaraty, esse "passo importante" traz efeitos "potencialmente positivos para todo o continente".
"Trata-se de passo importante no processo de normalização das relações entre dois países com os quais o Brasil mantém tradicionais e profundos vínculos de amizade e cooperação", diz o texto, divulgado minutos após o anúncio.
"O governo brasileiro cumprimenta os governos de Cuba e dos Estados Unidos pela opção que fizeram pelo diálogo e por essa histórica decisão, que representa a superação de animosidades anacrônicas e traz efeitos potencialmente positivos para todo o continente americano", disse o Itamaraty, no comunicado.
Alejandro Ernesto/Efe | ||
Jeffrey DeLaurentis entrega ao chanceler interino cubano, Marcelino Medina, o pedido de reabertura |
Em vários momentos durante sua visita aos EUA nos últimos dois dias, a presidente Dilma Rousseff elogiou a reaproximação entre Washington e Havana. Na terça-feira (30), ela parabenizou o colega americano, Barack Obama, dizendo que a retomada das relações é "um momento decisivo na relação com a América Latina".
"O estabelecimento de uma relação de qualidade muda o patamar do relacionamento dos EUA com toda a região", disse Dilma.
Na ocasião, ela aproveitou para afirmar que a posição adotada com Cuba "é um padrão e um exemplo de relação que deve ser seguido" com outros países da região -numa referência à Venezuela. Em março, os EUA estabeleceram sanções contra sete integrantes do governo de Nicolás Maduro e consideraram o país uma "ameaça extraordinária à segurança dos EUA" –o que estremeceu ainda mais as relações entre Washington e Caracas.
PREPARAÇÃO
As representações americana na ilha e cubana em Washington estão fechadas desde 1961. A reabertura era esperada desde dezembro, quando o descongelamento das relações foi oficializado por Obama e o ditador Raúl Castro.
O anúncio foi feito inicialmente em nota do Ministério das Relações Exteriores de Cuba. Pouco antes do comunicado cubano, o chefe da seção de negócios americano em Cuba, Jeffrey DeLaurentis, entregou o pedido formal a Marcelino Medina, ministro interino das Relações Exteriores cubano.
A expectativa é que o prédio que hoje abriga a seção de negócios americana seja aberto como embaixada em evento com a participação do secretário de Estado, John Kerry. Ele será responsável por hastear a bandeira no local.
Ao mesmo tempo, Cuba faz reformas a casa onde fica sua seção de negócios em Washington. O prédio teve sua cerca pintada e ganhou um mastro onde deverá ser hasteada a bandeira.