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    Divulgação de e-mails revela a ironia e a falta de paciência de Hillary Clinton

    ISABEL FLECK
    DE SÃO PAULO

    02/07/2015 22h59

    Nos bastidores revelados por centenas de e-mails de 2009 divulgados pelo Departamento de Estado na última terça (30), Hillary Clinton –então à frente da pasta– não mede brincadeiras ou comentários irônicos com assessores e revela sua personalidade pouco paciente a certas obrigações da diplomacia.

    Numa mensagem de 26 de novembro –um dia antes da votação de uma moção de censura contra o Irã na AIEA (Agência de Energia Atômica da ONU)–, Hillary discute com uma assessora sobre os 11 telefonemas que terá que fazer naquela manhã a outros chanceleres, entre eles o brasileiro Celso Amorim.

    Depois de dizer que duvida de que cada ligação vá durar apenas 15 minutos, ela emenda: "Mal posso esperar. Você sabe o quanto eu adoro fazer telefonemas".

    Em outra mensagem, de setembro, Hillary reclama a John Podesta –hoje à frente de sua campanha à Casa Branca– dos "telefonemas intermináveis sobre a ONU". Ao se despedir, aconselha, brincando: "Por favor, durma de meias para manter seus pés quentes".

    John Moore - 13.jun.2015/AFP
    Hillary Clinton durante o primeiro comício oficial de sua campanha à Casa Branca
    Hillary Clinton durante o primeiro comício oficial de sua campanha à Casa Branca

    As mensagens, contudo, também trazem informações sobre o funcionamento interno da diplomacia americana.

    Em um e-mail de 18 de agosto de 2009, Hillary pede ao então secretário assistente para assuntos militares Andrew Shapiro informações sobre o Acordo de Cooperação em Defesa com a Colômbia para responder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    "Você pode me dar as informações sobre isso [o acordo] tanto para o encontro e porque Lula quer falar sobre isso com o Potus [sigla para o presidente dos EUA]".

    Três dias depois, o Planalto divulgou que Lula pediu a Obama garantias jurídicas de que a ampliação do acordo militar entre EUA e Colômbia não extrapolaria o combate ao narcotráfico nem significaria a instalação de bases americanas no país vizinho.

    HONDURAS

    Outra mensagem expõe como o Departamento reagiu logo após a queda do então presidente de Honduras Manuel Zelaya, em junho de 2009.

    "Apesar de os eventos dessa manhã serem parte de uma batalha política e institucional maior, a captura e expulsão do presidente foi um ato intolerável das Forças Armadas e vamos ter que dizer isso em alto e bom tom", disse então o secretário assistente para as Américas, Thomas Shannon, a assessores de Hillary.

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