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    Governo de Israel estuda opções militares contra o Irã

    MÁRIO CHIMANOVITCH
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    03/07/2015 07h00

    A aproximação entre Israel e a Arábia Saudita indica cada vez mais, aos olhos dos analistas, que o Estado judeu poderá vir a materializar a opção militar, atacando o Irã tão logo sejam concluídas as negociações para a efetivação de um acordo nuclear com aquele país.

    Fontes bem informadas em Israel e na Europa confirmam que o Estado-Maior das Forças Armadas israelenses já tem elaborados vários planos de uma operação aérea contra o complexo militar iraniano.

    Israel –e isso tem sido explícito ao longo dos últimos meses– não acredita que o Irã vá obedecer fielmente o estipulado pelo acordo e irá continuar enriquecendo urânio clandestinamente para a fabricação de artefatos que colocariam em risco a existência do Estado judeu.

    Nesse contexto, a Arábia Saudita –especulam os analistas– assumiria um papel-chave, cedendo suas bases no sul do país de onde decolaria a aviação israelense para bombardear os reatores iranianos.

    Israel já tem montada, há meses, uma equipe especial de estrategistas para examinar todas as opções militares contra o Irã.

    Os responsáveis israelenses acreditam que, se o Irã for confrontado com uma poderosa ofensiva militar, considerará seriamente a perigosa opção de romper o acordo para continuar a desenvolver armamentos nucleares.

    Já os analistas políticos israelenses consideram duas possibilidades: um ataque contra o Irã comprometerá seriamente as conturbadas relações com os Estados Unidos.

    Ou então, Washington fecharia os olhos e daria o seu apoio tácito a Israel se se comprovar que os iranianos estão tentando ludibriar o acordo firmado.

    Recentemente, a Força Aérea de Israel participou de exercícios conjuntos com a Força Aérea grega.

    Esses exercícios incluíram pilotos de elite israelenses e dezenas de equipes integradas aos esquadrões de F-16, caças-bombardeiros de longo raio de ação.

    Os exercícios simularam operações noturnas sobre território desconhecido, incluindo bombardeios sobre alvos subterrâneos.

    Mais significativo ainda, revelou-se, o Exército grego empregou nessas manobras os avançados sistemas de defesa antimísseis S-300, de fabricação russa.

    Os mesmos, enfim, que Moscou forneceu ao Irã. Esse sofisticado sistema é considerado pelos experts israelenses como um dos maiores obstáculos a ataques aéreos contra o Irã.

    Esses exercícios conjuntos com a Força Aérea grega reforçam, aos olhos dos analistas militares regionais, a determinação israelense e o seu preparo para uma operação aérea de envergadura contra o Irã.

    Os Estados Unidos tem negado a Israel o fornecimento de uma bomba especial com capacidade para perfurar e destruir edificações de concreto maciço subterrâneas.

    Mas parece já não ser segredo para nenhum observador que Israel vem desenvolvendo sua própria bomba para o tipo de operação que está planejando.

    Na verdade, Israel vem investindo milhões de dólares nos últimos 15 anos, especialmente em sua Força Aérea, preparando a chamada opção militar contra o Irã.

    Os israelenses estão firmemente persuadidos de que os iranianos mentem constantemente sobre o seu programa nuclear.

    Todavia, muitos oficiais israelenses e membros da cúpula dos serviços de inteligência acreditam que um ataque israelense, por mais devastador que seja, não irá destruir o know-how tecnológico acumulado pelo Irã nem a sua ideologia extremista que prega a destruição de Israel.

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