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    Brasil e EUA voltam a negociar fim de visto, mas isenção deve demorar

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON

    04/07/2015 02h00

    Boa notícia aos brasileiros. Depois de mais de dois anos de relações estremecidas, Brasil e EUA voltaram a negociar a isenção de vistos para turistas, mas isso não quer dizer que em breve viajaremos sem o documento.

    Hoje, o Brasil é o quinto país em número de visitantes nos EUA, 2,3 milhões no ano passado. E o sexto que mais gasta em solo norte-americano: US$ 13 bilhões em 2014.

    Brasileiros precisam enfrentar a fila do consulado para conseguir o visto de turista, que permite a permanência de até seis meses.

    Os EUA vêm aprimorando seu sistema de vistos, e caiu muito o tempo de espera para marcar entrevistas. Mesmo assim, o brasileiro fica sujeito a problemas como a falha técnica que ocorreu em junho em consulados americanos em todo o mundo e atrasou a concessão de vistos. E também pode ter o seu recusado.

    Em comunicado conjunto divulgado na Casa Branca nesta terça (30), os dois governos informam que "se comprometem a trabalhar juntos para preencher os requisitos do Programa de Isenção de Visto dos EUA e [rever] a legislação do Brasil para permitir que americanos e brasileiros possam viajar sem necessidade de visto".

    O programa permite a turistas dos países participantes permanecerem três meses nos EUA sem visto.

    Segundo a Folha apurou, vai demorar para o Brasil entrar no programa, mas ao menos foram retomadas as reuniões técnicas para o país se adequar à lei americana.

    REQUISITOS

    "Do ponto de vista dos Estados Unidos, seria muito vantajoso incluir o Brasil no programa de isenção de visto, primeiro porque isso reforçaria o que os americanos chamam de 'diplomacia entre as pessoas', a força do intercâmbio cultural entre gente comum", diz Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center. "E haveria vantagem econômica enorme, dado o volume de compras que brasileiros fazem nos EUA."

    Sotero adverte que o Brasil ainda tem que preencher uma série de condições para ser aceito no programa, do qual participam 38 países. Na América Latina, só o Chile.

    Uma das exigências é uma taxa de rejeição de vistos abaixo de 3% -indicativo de que menos pessoas com perfil de imigrante ilegal estariam tentando viajar aos EUA.

    No Brasil, a taxa de rejeição está em 3,2%, mas não é só isso. Os EUA exigem dos participantes compartilhamento de dados de segurança e inteligência, rapidez para registrar passaportes perdidos ou roubados e padrões de combate a terrorismo e controle de fronteiras.

    Enquanto a isenção de visto ainda deve demorar, o programa Global Entry pode ser implementado já a partir do primeiro semestre de 2016.

    O programa facilita a entrada de viajantes frequentes aos EUA, pré-aprovados, mas não os isenta de visto.

    Mediante taxa de US$ 100 por cinco anos, o viajante não passa pelos oficiais de imigração nem enfrenta a fila que pode levar uma hora. Ele só passa seu passaporte pelo scanner, e ganha atendimento diferenciado na alfândega.

    Hoje, apenas seis países participam: Alemanha, México, Canadá, Coreia do Sul, Holanda e Panamá.

    Segundo a Folha apurou com autoridades americanas e brasileiras, foram resolvidos alguns dos impasses que estavam travando o programa, como a necessidade de informar ao governo americano sobre antecedentes criminais de brasileiros interessados em participar.

    O Global Entry beneficiará principalmente executivos que viajam muito aos EUA.

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