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    Irã exige fim a embargo de armas para assinar acordo nuclear com potências

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/07/2015 14h08

    O Irã exigiu das potências o fim do embargo de armas colocado pela ONU contra o país para assinar um acordo final sobre o programa nuclear. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) por membros das delegações.

    A proposta traz um novo empecilho à negociação a um dia do prazo final para que a República Islâmica e os países do grupo P5+1 –Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha– cheguem a um acordo.

    Leonhard Foeger/Reuters
    O secretário de Estado americano, John Kerry (1º à esq.) participa da negociação com o Irã em Viena
    O secretário de Estado americano, John Kerry (1º à esq.) participa da negociação com o Irã em Viena

    Diplomatas ocidentais afirmaram às agências de notícias Reuters e Associated Press que, além do embargo, os iranianos querem o fim das sanções da ONU devido ao programa de construção de mísseis balísticos.

    A delegação de Teerã diz que não há motivo para que se relacione a compra de armas e os mísseis ao programa nuclear. O país considera ambas as atividades um direito e critica o Ocidente por querer o fim do programa de mísseis.

    Por outro lado, as seis potências não pretendem ceder. Diplomatas ocidentais afirmam que o fim destas sanções está fora de cogitação. O grupo teme que, com as armas e os mísseis, o Irã se torne uma ameaça a seus vizinhos e a Israel.

    Com o impasse, a própria Casa Branca já admite que o prazo para a negociação pode se estender. "Eu diria que isso certamente é possível", declarou nesta segunda o secretário de imprensa do governo dos EUA, Josh Earnest.

    As potências pressionam para que sejam mantidas as condições do plano de ação divulgado em abril. Nele, os países se comprometiam em retirar apenas as sanções que tivessem relação com o programa nuclear.

    O Irã considera ilegais e injustas todas as punições das potências e da ONU contra o país. A República Islâmica afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que o desenvolvimento de mísseis é para autodefesa.

    Os Estados Unidos defendem o embargo de armas, assim como França, Reino Unido e Alemanha. Para eles, o fim da medida permitiria o Irã interferir em conflitos na Síria e no Iêmen e apoio a grupos como o Hamas e o Hizbullah.

    Por outro lado, Rússia e China querem que as restrições sejam levantadas. Os dois países seriam os principais beneficiados pelas compras de armamento feitas pelo Irã caso o embargo fosse retirado.

    NEGOCIAÇÕES

    O número de sanções a serem retiradas e o tempo para que isso ocorra são os principais pontos pendentes nas negociações sobre o programa nuclear iraniano.

    O Irã e as potências tinham fixado 30 de junho como primeiro prazo para a conclusão do acordo, mas divergências fizeram com que os países prorrogassem as negociações por mais uma semana.

    Pelo plano de ação divulgado, Teerã se comprometia a reduzir o enriquecimento de urânio até o padrão suficiente para a produção de energia elétrica e fecharia cinco das seis instalações nucleares do país.

    Com isso, receberia em troca o alívio das sanções econômicas e políticas colocadas por Estados Unidos, União Europeia e a ONU.

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