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    Papa celebra a família durante missa para milhares de fiéis em Guayaquil

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/07/2015 14h38

    O papa Francisco celebrou nesta segunda-feira (6), em Guayaquil, a primeira missa campal de seu giro pela América do Sul dos "mais frágeis", perante centenas de milhares de fiéis.

    Durante sua homilia, o pontífice afirmou que a família deve ser ajudada, ressaltando que esse auxílio não deve ser entendido como "uma forma de esmola", mas como uma verdadeira "dívida social com relação a essa instituição, que tanto fornece bem comum a todos".

    "A família constitui a grande riqueza social que outras instituições não podem substituir, [e] deve ser ajudada e potencializada para não perder nunca o sentido dos serviços que a sociedade presta aos cidadãos", disse em sua alocução no parque dos Samanes.

    O papa também disse que, em família, aprende-se a ser servidor e a não "descartar" ninguém e "aprende-se a pedir permissão" e a dizer "obrigado como expressão de uma valorização das coisas que recebemos". Segundo ele, nessa instituição também se aprende a pedir "perdão quando prejudicamos alguém ou brigamos".

    "Em todas as famílias há brigas, o importante é pedir perdão", disse.

    Francisco também contou que, quando perguntavam à sua mãe de qual de seus cinco filhos mais gostava, ela não fazia comparações. "São como os dedos das minhas mãos, se picam este dedo, dói do mesmo jeito que o outro."

    O pontífice argentino também definiu a família como "o hospital mais próximo, a primeira escola das crianças, o grupo de referência imprescindível para os jovens e o melhor asilo para os idosos".

    IGREJA NÃO É SOGRA

    No segundo dia de uma visita que também o levará à Bolívia e ao Paraguai, Francisco viajou cedo de Quito a Guayaquil (sudoeste) para o encontro com os católicos em Samanes.

    Francisco chegou de avião e depois iniciou seu percurso de carro em direção ao Santuário do Senhor da Divina Misericórdia, nos arredores de Guayaquil, onde se reuniu brevemente com 2.000 convidados, incluindo doentes e deficientes físicos antes de ir a Los Samanes.

    Aguardando nos dois lados da rua com bandeiras e chorando de emoção, milhares de pessoas saudaram a caravana. Francisco fez o percurso com a janela aberta distribuindo sorrisos e bênçãos.

    Ao chegar ao santuário, o papa brincou com os fiéis, ao afirmar: "Dou a benção a vocês. Não, não vou cobrar nada, mas peço, por favor, que rezem por mim. Prometem?", declarou.

    Seu comentário provocou risadas entre as pessoas presentes no Santuário do Senhor da Divina Misericórdia.

    O pontífice argentino de 78 anos era esperado em Samanes por 650 mil fiéis, que suportaram nesta segunda-feira 30 ºC de temperatura e uma umidade altíssima.

    Na missa campal, Francisco brincou dizendo que a igreja não é "uma mãe que reclama, tampouco uma sogra à espreita pra se aproveitar de nossas imperícias, nossos erros, nossas desatenções. Maria é simplesmente mãe! Está sempre atenta e solícita".

    Após o ato litúrgico em Samanes, Francisco se dirigiu ao colégio Javier dos Jesuítas, onde almoçou com outros religiosos. Mais tarde, embarca para Quito, onde fará uma visita à catedral metropolitana, no coração histórico da capital.

    SIMPLICIDADE

    Em suas primeiras horas no Equador, Francisco já deu mostras da simplicidade e da simpatia que o tornaram famoso no mundo: deixou que tirassem 'selfies' no aeroporto, permitiu que um jornalista beijasse sua mão e saiu surpreendentemente para abençoar os fiéis que o aclamavam durante a noite nos arredores da Nunciatura Apostólica, onde se aloja, não sem antes pedir que deixassem os vizinhos dormir.

    O primeiro papa jesuíta e latino-americano da história chegou no domingo ao aeroporto Mariscal Sucre, 20 km ao leste de Quito.

    O avião do papa pousou às 14h43 locais (16h43 de Brasília). O forte vento que soprava tirou seu solidéu quando o pontífice apareceu na porta do avião. Sorridente, Francisco desceu as escadas minutos depois e recebeu um abraço do presidente equatoriano, Rafael Correa.

    O papa argentino avançou, em meio a saudações, por uma fileira formada por crianças indígenas, vestindo trajes tradicionais.

    Cercado por Correa e pela primeira-dama, Anne Malherbe, Francisco ouviu durante vários minutos notas de uma orquestra sinfônica.

    Em sua nona viagem ao exterior, que se estenderá até 12 de julho, Francisco passará por três países de maioria católica e com um histórico de pobreza e desigualdade que castiga principalmente a população indígena.

    Em sua primeira mensagem, Francisco convidou Correa a incentivar "o diálogo e a participação sem exclusões" após um mês de protestos contra e a favor do governo de esquerda.

    A América Latina concentra a maioria do 1,2 bilhão de católicos no mundo.

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