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    Após veto a embaixador no Senado, comissão aprova novo nome para OEA

    FLÁVIA FOREQUE
    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    09/07/2015 13h17

    O embaixador José Luiz Machado e Costa, 63, teve seu nome aprovado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para o cargo de representante do Brasil junto à OEA (Organização dos Estados Americanos).

    O aval da comissão, nesta quinta-feira (9), foi concedido após a Casa rejeitar a indicação do diplomata Guilherme Patriota para a função. A derrota foi interpretada como uma retaliação do Senado ao governo Dilma Rousseff: Guilherme Patriota é próximo ao assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. O Brasil está sem embaixador na OEA há quatro anos.

    Na comissão de Relações Exteriores, Patriota havia recebido 7 votos favoráveis e 6 contrários -o resultado apertado dava indícios do que veria em seguida, no plenário, onde sua indicação foi negada por 38 votos a 37.

    Wilson Dias-16.nov.2011/Agência Brasil
    O embaixador Machado e Costa, que teve o nome aprovado em comissão do Senado para embaixador na OEA
    Embaixador Machado e Costa, que teve o nome aprovado em comissão do Senado para missão na OEA

    Desta vez, o placar na comissão já foi mais generoso: a nova indicação do Planalto recebeu o apoio de 13 senadores. Apenas um congressista se posicionou contra o nome de Costa: Sérgio Petecão (PSD-AC) afirmou que votaria contra em protesto diante da situação do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, hóspede há dois anos na residência do congressista em Brasília.

    Agora, a indicação segue para o plenário do Senado.

    DÍVIDA

    Em sabatina na comissão, Machado e Costa reforçou a importância da OEA, mas reconheceu certa "paralisia" da entidade diante de divergência entre seus integrantes. Para ele, o Brasil tem um papel relevante em buscar consenso entre os países da organização.

    "A OEA é hoje o único organismo das Américas que contempla as ilhas do Caribe e a maior potência do planeta [EUA]. (...) Essa diversidade às vezes é traduzida em disputa entre países e blocos de países dentro da organização, o que acaba por gerar certa paralisia. Considero o Brasil o único país capaz de transitar com facilidade por todos os diferentes grupos dentro da organização", afirmou.

    Ele mencionou a dívida do Brasil com a OEA - da ordem de US$ 18 milhões - mas destacou que o Itamaraty atua para reduzir esse débito. "O ministro tem efetuado gestões para o pagamento, ao menos em parte, como gesto de apoio ao novo secretário-geral", afirmou, em referência ao uruguaio Luís Almagro.

    O embaixador foi questionado ainda sobre a indicação da ex-ministra de Direitos Humanos Ideli Salvatti para cargo na OEA, como assessora de acesso a direitos humanos e igualdade da entidade. Costa saiu em defesa da decisão do governo brasileiro e argumentou que hoje a representação do país na OEA é limitada.

    "A representação brasileira hoje na OEA é muito baixa, igual à do Uruguai e muito menor que a de Argentina, Colômbia e México. Ter funcionários de alto nível na OEA é sempre muito positivo."

    Costa ingressou na diplomacia no início dos anos 80. Ele já chefiou a embaixada no Suriname (2008-2012) e ocupou, de 2012 até a sua indicação, o posto de embaixador no Haiti. Nesta quinta, os senadores aprovaram ainda o nome do diplomata Rodrigo Baena, ex-porta voz do Planalto, para o cargo de embaixador em Moçambique.

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