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    Papa se despede do Paraguai dizendo aos jovens para "fazer bagunça"

    DA AFP

    12/07/2015 21h14

    O papa Francisco encerrou sua visita ao Paraguai neste domingo (12) com um discurso para milhares de jovens na capital Assunção, no qual pediu que "façam bagunça".

    Depois de celebrar uma missa campal ante um milhão de peregrinos no complexo militar de Ñu Guazú, na periferia da capital, Francisco foi aclamado como uma estrela do rock por uma multidão de jovens em um ato às margens do rio Paraguai.

    Mesmo cansado da agenda puxada da visita à América do Sul, que incluiu Equador e Bolívia, o papa manteve um tom energético. "Façam bagunça, sim, mas também ajudem a arrumar a bagunça que fazem. Façam bagunça e depois a organizem, não destruam nada", enfatizou, em um sermão de dez minutos.

    "Francisco, não se vá", cantou a multidão, interrompendo o papa diversas vezes.

    Francisco então deixou de lado seu discurso oficial e mais uma vez improvisou, ao relatar que um bispo comentou com ele, numa mistura de brincadeira e seriedade: "Você continua aconselhando os jovens a fazer bagunça, mas depois as bagunças feitas pelos jovens somos nós que temos que resolver".

    "Necessitamos de jovens com esperança e fortes de espírito, não de jovens fracotes. Não queremos jovens que se cansem rápido, e que estejam com a cara de enfado", afirmou.

    "Façam uma bagunça que nos dê um coração livre, solidariedade, esperança, uma bagunça que nasça de ter conhecido Jesus e de saber que Deus é minha fortaleza. Essa é a bagunça que precisam fazer", concluiu.

    Após esse encontro, Francisco partiu para cumprir com seu último compromisso em Assunção, mas o ato sofreu um contratempo quando uma multidão ultrapassou as barreira de segurança e se aproximou do papamóvel.

    Com isso, o pontífice não pôde se encontrar com os familiares dos 400 mortos em um incêndio ocorrido em um centro comercial local em 2004.

    A agenda oficial previa que o Papa visitaria o Memorial dos Mortos o incêndio no centro comercial Ycuá Bolaños e trocasse algumas palavras com os familiares das vítimas, mas o incidente fez com que a segurança conduzisse o carro papal diretamente para o Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi para regressar a Roma.

    Em meio à tensão, Francisco continuou saudando a multidão.

    Os familiares das vítimas ficaram frustrados com o cancelamento do compromisso depois de meses de organização. No entanto, o papa abençoou os restos do prédio incendiado, ocupado até hoje pelos familiares que o converteram praticamente em um templo.

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