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    Líder supremo do Irã diz que acordo nuclear não muda relação com EUA

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    18/07/2015 20h28

    O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse neste sábado (18) que seu país continuará com a política contra os Estados Unidos apesar de ter assinado com os americanos o acordo sobre o programa nuclear.

    "Já disse várias vezes que não temos diálogo com os EUA sobre questões internacionais, regionais ou bilaterais. Às vezes, como no caso nuclear, negociamos com os EUA com base em nossos interesses".

    O discurso, na mesquita Imã Khomeini, no centro de Teerã, é o primeiro da maior autoridade iraniana desde que foi assinado o pacto, na terça (14). Naquele dia, ele agradeceu, por meio de nota, a equipe de negociadores do país.

    Khamenei disse que as políticas americanas no Oriente Médio são "180% opostas" às do Irã e que não confia nos EUA "porque os políticos americanos não são sinceros."

    "A nossa política não vai mudar diante do arrogante governo americano", declarou o líder supremo, seguido por aplausos de seus seguidores, que entoaram os tradicionais gritos de "Morte à América" e "Morte a Israel".

    Apesar das críticas, Khamenei se mostrou favorável ao conteúdo do acordo. Pelo pacto, as sanções contra o Irã serão retiradas de forma gradual, em troca da limitação do programa nuclear do país.

    A medida, no entanto, ainda precisa passar pelo Parlamento iraniano, dividido entre os moderados mais próximos ao presidente Hasan Rowhani e outros grupos mais conservadores.

    Por isso, Khamenei usou com frequência a expressão "caso esse texto seja aprovado ou não". Segundo um membro conservador da cúpula do governo, isso é uma demonstração de que será disputada a aprovação definitiva.

    CONFLITOS

    No mesmo discurso, o líder supremo negou que haverá mudança na política regional do Irã. Segundo Khamenei, ele continuará apoiando aliados como o regime sírio, o Hizbullah e as milícias xiitas no Iraque e no Iêmen.

    "A República Islâmica do Irã não vai desistir de apoiar seus amigos. Quanto à manutenção das capacidades militares e de defesa, a República Islâmica nunca aceitará exigências excessivas dos inimigos", acrescentou.

    A possibilidade de aumento da influência do Irã no Oriente Médio é um dos motivos da oposição de Arábia Saudita e Israel a qualquer acordo sobre o programa nuclear iraniano.

    Os dois países, mas principalmente os sauditas, temem que o dinheiro obtido com o fim das sanções deva ser usado para ajudar seus aliados políticos, aumente a tensão na região e diminuam o poder da monarquia sunita.

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