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    Ex-governador é quinto opositor a perder direitos políticos na Venezuela

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    18/07/2015 22h23

    O ex-governador venezuelano Pablo Pérez, opositor ao presidente Nicolás Maduro, anunciou neste sábado (18) que a Controladoria-Geral do país suspendeu seus direitos políticos por dez anos.

    Ele é o quinto opositor ao governo a anunciar que não poderá concorrer às eleições parlamentares, marcadas para 6 de dezembro. No pleito, a oposição tentará reverter a maioria chavista na Assembleia Nacional.

    Isaac Urrutia - 8.fev.2012/Reuters
    O ex-governador Pablo Pérez, durante campanha em 2012; ele perdeu os direitos políticos por dez anos
    O ex-governador Pablo Pérez, durante campanha em 2012; ele perdeu os direitos políticos por dez anos

    O motivo pelo qual Pérez perdeu seus direitos políticos não foi divulgado até o momento pela Controladoria-Geral. O processo teve sua resolução em 3 de junho, mas a pena só foi comunicada ao réu nesta semana.

    Pablo Pérez governou o Estado de Zulia, no oeste do país, entre 2008 e 2012. Ele foi um dos pré-candidatos da coalizão opositora para a Presidência em 2012, mas perdeu as primárias para Henrique Capriles.

    A deputada cassada María Corina Machado, que anunciou a perda de seus direitos políticos na terça (14), pediu no microblog Twitter mais mobilização da sociedade contra a série de inabilitações políticas.

    "Como sociedade temos que nos rebelar: atuar como a maioria que somos. O regime [forma como a opositora se refere ao governo de Nicolás Maduro] não conseguirá nos humilhar."

    O secretário-geral da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática, Jesús Torrealba, disse que convocará novos protestos da oposição e fará denúncias à ONU e à OEA (Organização dos Estados Americanos).

    OUTROS CASOS

    Com isso, o ex-governador se soma a outros quatro opositores –María Corina Machado e os ex-prefeitos Lumay Barreto (Guasdualito), Enzo Scarano (San Diego) e Daniel Ceballos (San Cristóbal).

    Ceballos está preso desde março de 2014 acusado de incitação à violência durante os protestos contra Maduro, que deixaram 43 mortos. Enzo Scarano também ficou preso por um ano acusado do mesmo crime.

    Machado, Barreto, Scarano e Ceballos foram escolhidos nas primárias da oposição como candidatos à Assembleia Nacional, mas perderam seus direitos políticos por um ano. Já Pérez não se candidatou neste último pleito.

    No caso de María Corina Machado e de Enzo Scarano, a inabilitação ocorreu por supostas falhas nas declarações de imposto de renda. Os opositores negam e entraram com recurso na Justiça contra a decisão.

    Os motivos para a inabilitação dos demais não foram divulgados pelo órgão. O governo venezuelano ainda não se pronunciou oficialmente sobre a perda dos direitos políticos de seus rivais.

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