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    John Kerry diz que desafio do Irã à política dos EUA é 'muito perturbador'

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    21/07/2015 11h56

    O secretário de Estado americano, John Kerry, criticou nesta terça (21) o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, por defender que a República Islâmica desafie a política dos Estados Unidos no Oriente Médio.

    Em discurso no último sábado (18) em Teerã, a autoridade máxima iraniana disse que não mudará a relação com os EUA apesar de o país ter assinado com os americanos o acordo sobre o programa nuclear.

    Michael Reynolds/Efe
    O secretário de Estado, John Kerry, na entrevista coletiva com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez
    O secretário de Estado, John Kerry, na entrevista coletiva com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez

    "A nossa política não vai mudar diante do arrogante governo americano", declarou Khamenei, seguido por aplausos de seus seguidores, que entoaram os tradicionais gritos de "Morte à América" e "Morte a Israel".

    Para Kerry, as declarações são muito perturbadoras. "Sei que geralmente há uma diferença entre estes comentários públicos e como as coisas se encaminham, mas se esta é a política, é muito perturbadora, muito problemática."

    Questionado sobre a preocupação dos países do Oriente Médio sobre o aumento do poder do Irã, o secretário disse que seus aliados serão capazes de conter a interferência da República Islâmica nos conflitos regionais.

    "Acho que, com a determinação do presidente Obama e nossos recursos militares e de inteligência, todos os países árabes têm um potencial inexplorável para serem capazes de enfrentar qualquer uma destas atividades."

    Os dois países mais preocupados com o aumento da influência do Irã são Israel e Arábia Saudita, principais aliados dos EUA na região. Ambos rejeitam qualquer acordo das potências sobre o programa nuclear iraniano.

    Os dois países, mas principalmente os sauditas, temem que o dinheiro obtido com o fim das sanções deva ser usado para ajudar seus aliados políticos, aumente a tensão na região e diminuam o poder da monarquia sunita.

    Atualmente, o Irã é um dos principais financiadores do regime de Bashar al-Assad na Síria, do grupo radical libanês Hizbullah e das milícias xiitas que atuam no Iraque e no Iêmen.

    Irã

    VOTAÇÃO

    Nesta terça, o Parlamento iraniano recebeu o texto final do acordo nuclear. O pacto precisa ser referendado pelos legisladores para que seja aprovado e entre em vigor ou seja rejeitado pelo Irã.

    Ao apresentar o documento ante os deputados, o chanceler, Mohammad Javad Zarif, disse que se tratava de um acordo equilibrado e que conseguiu manter o enriquecimento de urânio iraniano.

    "Não deveríamos nos esquecer de que todo acordo é uma barganha e que cada uma das partes renuncia a algumas demandas para obter as mais importantes."

    Em entrevista à agência de notícias Associated Press, o porta-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa, Hossein Naghavi, disse que o Parlamento precisará de pelo menos 60 dias para revisar o acordo. O tempo é o mesmo concedido ao Congresso americano para avaliar o documento.

    Apesar da oposição de políticos mais conservadores, o acordo deverá ser aprovado com folga. Embora tenha feito ressalvas, o aiatolá Ali Khamenei deu seu aval ao pacto com as potências.

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