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    Homem-bomba que fez ataque na Turquia pode ter ido à Síria com EI

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    22/07/2015 09h55

    O homem-bomba que atacou um centro cultural no sul da Turquia na segunda-feira (20) pode ter viajado à Síria no ano passado com a ajuda de um grupo ligado à facção radical Estado Islâmico (EI), afirmou nesta quarta-feira (22) uma autoridade turca.

    Segundo os investigadores, a explosão em um centro cultural da cidade de Suruç foi provocada por um extremista supostamente ligado ao EI. Identificado pelas iniciais S. A. A., ele teria 20 anos de idade, teria origem curda e teria nascido na província de Adiyaman, no sudeste da Turquia.

    DICLE /AFP
    Centro cultural em Suruç, no sul da Turquia, foi alvo de um ataque nesta segunda (20)
    Centro cultural em Suruç, no sul da Turquia, foi alvo de um ataque nesta segunda (20)

    O ataque, que deixou ao menos 32 mortos e cem feridos, ocorreu nesta segunda durante o discurso de um grupo de jovens que estava se preparando para ajudar na reconstrução da cidade curda de Kobani, do outro lado da fronteira com a Síria. A cidade ficou destruída após meses de combate entre as tropas curdas e radicais do EI.

    "Ele era ativo em um grupo ligado à Síria que apoia o EI. Nós sabemos que ele viajou à Síria ilegalmente. Não foi possível localizá-lo durante sua estadia lá", disse à agência de notícias Reuters a autoridade, que pediu anonimato.

    Segundo a imprensa turca, o autor do ataque teria se filiado ao EI há cerca de dois meses.

    As autoridades investigam supostos vínculos entre o extremista e outro homem-bomba que atacou um protesto pró-curdo na cidade de Diyarbakir, no sudeste da Turquia, dias antes das eleições parlamentares de 7 de junho. A ação deixou quatro mortos e 200 feridos.

    PROTESTOS E BLOQUEIO AO TWITTER

    As duas noites que se seguiram ao ataque de segunda-feira foram marcadas por protestos na cidade de Istambul, nos quais pelo menos 49 pessoas foram detidas em confrontos com a polícia. Também houve protestos contra o atentado na capital, Ancara.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Os manifestantes acusam o presidente, Recep Tayyip Erdogan, e seu partido, AK, de apoiar secretamente o EI contra os curdos na Síria. O governo turco enfrenta grande tensão com a população curda no sul do país.

    A Turquia bloqueou por algumas horas o acesso ao Twitter após uma corte em Suruç ordenar que imagens do ataque de segunda-feira fossem apagadas.

    O acesso ao Twitter voltou à normalidade após a decisão do tribunal ser atendida, segundo um funcionário da rede social. O Facebook e o YouTube não saíram do ar porque cumpriram rapidamente com a ordem judicial.

    O objetivo do bloqueio é inibir usuários desses websites de compartilhar imagens do ataque e de convocar de novos protestos contra o governo nesta quarta-feira. Em diversas ocasiões anteriores, o governo turco bloqueou o acesso às redes sociais.

    POLICIAIS MORTOS

    Dois policiais turcos foram encontrados mortos nesta quarta-feira na casa que compartilhavam na cidade de Ceylanpinar, próximo à fronteira com a Síria, informou o governador da província de Sanliurfa, Izzettin Kucuk.

    Militantes curdos assumiram a responsabilidade pela morte dos dois agentes, alegando tratar-se de uma retaliação ao ataque suicida de segunda-feira.

    O PKK, partido político que representa a minoria curda na Turquia, disse em um comunicado que os dois policiais foram mortos por volta das 6h locais (23h de terça-feira em Brasília) por "colaborarem com milicianos do EI".

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