O magnata Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos EUA, afirmou nesta quinta-feira (23) que os latinos que moram no país irão "amá-lo" depois que ele "trouxer os empregos de volta da China".

O comentário foi uma resposta aos críticos de suas declarações consideradas ofensivas contra mexicanos.

Trump esteve nesta quinta (23) em Laredo, no Texas, cidade na fronteira com o México e um dos portos fluviais mais movimentados do país.

Ao ser questionado por jornalistas, na cidade texana, sobre sua popularidade entre os latinos após os comentários ofensivos, o pré-candidato afirmou que vai "trazer de volta os empregos da China e eles irão amar Trump. Eles já amam Trump".

O apresentador do reality show "O Aprendiz" havia feito comentários xenófobos em relação a mexicanos ao mesmo tempo em que anunciava o lançamento de sua candidatura à Casa Branca, o que lhe rendeu diversas críticas tanto da comunidade hispânica quanto de outros setores da população.

"Quando o México manda seu povo [aos EUA], manda pessoas que têm um monte de problemas e trazem esses problemas para nós. Eles trazem as drogas, trazem o crime, são estupradores. E alguns deles, eu confesso, são boas pessoas", disse, em junho.

A coordenação de sua campanha classificou a visita a Laredo como "muito arriscada" depois que um grupo de agendes de segurança de fronteira desistiu de acompanhar o candidato em sua visita. Trump acusou de "vir de Washington" a decisão dos agentes de não participar do evento.

AMEAÇAS

Mais cedo, o magnata havia ameaçado concorrer como político independente caso não recebesse tratamento "justo" por parte do partido Republicano.

"Tenho que ver como serei tratado pelos republicanos", disse Trump, de acordo com o jornal "The Hill". "Absolutamente, se eles não forem justos, isto seria um fator", acrescentou.

A campanha agressiva do candidato para vencer as primárias tem deixado alguns de seus adversários furiosos. Trump chegou a exigir que o veterano da guerra do Vietnã e senador John McCain deveria "pedir desculpas" aos EUA por ter sido capturado pelos inimigos em batalha.

Na última terça, ele chamou o também senador republicano Lindsey Graham de "idiota" e divulgou o número particular de telefone dele.

Já em Laredo, Trump desviou da questão, afirmando ser "o melhor candidato para vencer Hillary Clinton [pré-candidata democrata à Casa Branca], que sem dúvida foi a pior secretária de Estado que este país já teve".