A explosão de um carro-bomba no sul da Turquia matou dois soldados e deixou outros quatro feridos neste domingo (26), informaram as autoridades do país.

O ataque foi reivindicado por militantes curdos do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).

O governo turco respondeu com uma ofensiva aérea contra bases dos separatistas no norte do Iraque.

Ao menos seis pessoas acusadas de ter conexão com o atentado também foram presas, informou a agência Dogan.

A Turquia ainda solicitou uma reunião de emergência à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para discutir preocupações de segurança do país.

Em Istambul e Ancara, manifestantes saíram às ruas para condenar as ações do governo contra os curdos. Os protestos foram dispersados pela polícia e cerca de 30 pessoas foram presas, segundo a imprensa local.

CONFLITOS

O ataque aéreo turco faz parte de uma grande operação de segurança deflagrada depois de uma semana de violência, em que um atentado terrorista promovido pelo Estado Islâmico (EI) e ataques a policiais realizados pelo PKK atingiram o país.

Desde sexta (24), caças do país atingiram alvos dos dois grupos na fronteira com o Iraque e com a Síria. Um total de 600 pessoas foram presas.

Apesar dos conflitos com os turcos, os curdos também são um dos grupos que lutam contra o Estado Islâmico no Iraque.

Os EUA, que classificam o PKK como organização terrorista, disseram que a Turquia tem direito de se defender.

Os embates desta semana marcam um reaquecimento das tensões entre a Turquia e os curdos, depois de um cessar-fogo estabelecido em 2013.

Os desentendimentos recomeçaram após atentado contra ativistas curdos que matou 32 pessoas em Suruç, na segunda (20). O EI reivindicou a autoria, mas curdos acusaram o governo de facilitar a ação.

No dia seguinte, dois policiais turcos foram encontrados mortos com um tiro na cabeça no sul do país.