• Mundo

    Saturday, 04-May-2024 14:42:42 -03

    Com reputação de moderado, novo líder do Taleban é figura misteriosa

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    31/07/2015 09h46

    Com a reputação de moderado e pragmático, Akhtar Mansour —escolhido como novo chefe do Taleban— assume formalmente o lugar do mulá (líder religioso) Mohammed Omar em um momento crucial para o futuro do grupo, em meio a negociações de paz com o governo do Afeganistão e à expansão da facção terrorista Estado Islâmico.

    Ainda que Mansour tenha, na prática, dirigido o Taleban desde a morte de Omar, em 2013, analistas apontam que o novo líder carece da aura religiosa de seu antecessor, o que pode minar sua legitimidade frente aos militantes de base, possivelmente fragmentando ainda mais o grupo islamita.

    BBC
    Frame de vídeo mostra antigo líder do Taleban, morto em 2013, mulá Omar
    Frame de vídeo mostra antigo líder do Taleban, morto em 2013, mulá Omar

    Também Yaqub, 26, filho de Omar, era cotado para o cargo. No entanto, ele foi considerado muito jovem e inexperiente para a função.

    TRAJETÓRIA

    Tanto Mansour quanto Omar nasceram no início dos anos 1960 na província de Kandahar, região afegã conhecida por atividades pastoris e que foi berço da rebelião taleban que mais tarde governou o Afeganistão de 1996 até 2001, quando ocorreu a invasão dos EUA.

    Mansour passou a maior parte de sua juventude no Paquistão. Ao longo dos anos, aprendeu a navegar entre os diferentes setores que compõe o movimento taleban, como a shura de Quetta (que dirige os talebans no Paquistão) e os representantes da milícia no Qatar.

    Durante o governo taleban no Afeganistão, Mansour ocupou o cargo de ministro da Aviação Civil. Depois, foi apontado pelo grupo como responsável pelos assuntos militares e políticos da milícia, trabalhando como braço-direito de Omar.

    Trabalharão ao lado de Mansour, nas funções de "vice", Maulavi Haibatullah Akhunzada, ex-chefe de Justiça, e Sirajuddin Haqqani, filho do fundador da rede Haqqani, considerada terrorista pelo governo dos EUA.

    Assim como seu antecessor, no entanto, Mansour evita aparições públicas e são desconhecidos outros detalhes sobre sua vida.

    PAZ

    No início de julho, o Paquistão organizou um primeiro encontro oficial entre dirigentes talebans e representantes do governo de Cabul para iniciar negociações de paz sob a supervisão dos EUA e da China. No entanto, com a incerteza criada pelo anúncio da morte de Omar e após o pedido dos representantes talebans, uma segunda rodada de negociações prevista para esta sexta (31) foi adiada.

    Para Abdul Hakim Mujahid, ex-taleban que hoje atua no Alto Conselho Afegão para a Paz, Mansour é "favorável à paz e às negociações". "Creio que em seu mandato o processo de paz será reforçado e os talebans serão incorporados ao cenário político", disse.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024