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    Cerca de 1,3 mil protestam em Berlim contra investigação de blog por traição

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/08/2015 14h49

    Fabrizio Bensch/Reuters
    Manifestante segura placa com dizer "descanse em paz liberdade de imprensa" em ato contra investigação a blog
    Manifestante segura placa com dizer "descanse em paz liberdade de imprensa" em ato contra investigação a blog

    Cerca de 1,3 mil pessoas, segundo a polícia, protestaram em Berlim neste sábado contra as investigações sobre o blog Netzpolitik.org por suspeita de alta traição.

    O Escritório Federal de Proteção da Constituição pediu a investigação do blog após a publicação de extratos de um relatório considerado confidencial. Os documentos falavam na criação de uma unidade para a vigilância da internet e para a detecção de perfis de radicais e extremistas nas redes sociais.

    O Netzpolitik.org cobre questões de direito digital e é um dos blogs políticos mais conhecidos da Alemanha. Em 2014, recebeu o prestigiado prêmio Grimme na categoria de portais digitais.

    As investigações foram anunciadas na quinta-feira (30), mas logo suspensas diante das críticas à Procuradoria Geral de que tentava restringir a liberdade de imprensa.

    A passeata, convocada com o lema "Pelos direitos fundamentais e da liberdade de imprensa", percorreu o centro da capital alemã como solidariedade ao blog jornalístico, até parar em uma concentração em frente ao Ministério da Justiça.

    A manifestação continuou com as críticas ao procurador-geral, Harald Range, e com as declarações do ministro alemão de Justiça, o social-democrata Heiko Maas, que questionou se o blog pode ser enquadrado em alta traição sem ter colocado em perigo a segurança do Estado.

    Dentro do Partido Social-Democrata (SPD) já houve alguns pedidos de renúncia do procurador-geral, assim como nos partidos da oposição, Os Verdes e A Esquerda.

    O caso se comparou na Alemanha com a denúncia por alta traição apresentada em 1962 contra a revista "Der Spiegel" por publicar em plena Guerra Fria um artigo sobre manobras da Otan, a aliança militar atlântica, e os planos de compra de armas do então ministro da Defesa da Alemanha, Franz Josef Strauss.

    O diretor da revista, Rudolf Augstein, passou três meses na prisão, em meio a uma grande campanha de solidariedade e a favor da liberdade de expressão em escala nacional e da imprensa.

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