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    Presidente do Irã defende acordo com potências como 'terceira via'

    DA REUTERS

    02/08/2015 18h53

    O presidente do Irã, Hasan Rowhani, reafirmou neste domingo (2) sua confiança no acordo nuclear feito com as potências do chamado P5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), confrontando as críticas dos conservadores e destacando os avanços conseguidos em seus dois anos de mandato.

    De olho em uma possível candidatura à reeleição em 2017, Rowhani usou uma entrevista ao vivo na TV estatal para celebrar o acordo como uma nova "terceira via" para a política externa iraniana, rebatendo as críticas de que ele teria se rendido ao Ocidente.

    "Essa ideia de que temos duas opções perante o mundo: submeter-se a ele ou derrotá-lo é ilógica. Há uma terceira via, de cooperação construtiva com o mundo envolvendo interesses nacionais", disse.

    "Nós trabalhamos com as Nações Unidas sem guerra, súplica ou rendição, mas com a lógica, a negociação e a diplomacia em uma via legal", afirmou Rowhani, evitando qualquer menção direta aos Estados Unidos ou a outras potências ocidentais.

    Ele ainda ressaltou as conquistas econômicas de seu governo, que reduziu a inflação e restaurou o crescimento –tendências que devem ser mantidas se as sanções forem, de fato, retiradas.

    Rowhani minimizou o risco de que as inspeções nucleares possam comprometer os segredos de Estado do Irã e suas capacidades defensivas -argumento dos conservadores da área de segurança que temem um ataque militar pelas potências ocidentais.

    O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei havia proibido que inspetores da ONU tivessem acesso às instalações militares, e foi só com uma redação delicada do acordo que este ponto de discórdia foi resolvido no texto final.

    "Nós não vamos ceder mesmo em nosso menor segredo nacional –seja militar, científico, comercial ou social. Nossa capacidade de defesa não será diminuída em nada", disse Rowhani.

    Ele invocou o apoio popular à abertura diplomática, colocando sua vitória eleitoral, há dois anos, como um "referendo" sobre como o Irã deve se conduzir no cenário mundial.

    "Da perspectiva deles, ontem éramos um país ameaçador e agora somos um país com o qual um acordo deve ser atingido."

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