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    Chanceler do Qatar espera que acordo entre EUA e Irã traga estabilidade

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/08/2015 12h54

    O ministro de Assuntos Exteriores do Qatar, Khaled al-Attiya, disse ter esperança de que o acordo nuclear com o Irã traga "estabilidade e segurança" ao Oriente Médio, durante uma reunião do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) em Doha com o secretário de Estado americano, John Kerry.

    Em sua passagem pelo Oriente Médio, Kerry, que esteve no Cairo no domingo (2), pretende acalmar os países aliados do Oriente Médio descontentes com o acordo nuclear assinado entre EUA e Irã.

    "Estamos enfrentando muitos desafios em nossas comunidades e pretendemos alcançar a paz e a segurança e a estabilidade com o apoio dos Estados Unidos", disse Attiya. Ele salientou a importância de manter a região livre de "qualquer ameaça de armas nucleares" e "a importância do uso da tecnologia nuclear [apenas] para fins pacíficos".

    Brendan Smialowski/AFP
    John Kerry assiste a discurso do chanceler do Qatar, Khaled al-Attiya, em Doha
    John Kerry assiste a discurso do chanceler do Qatar, Khaled al-Attiya, em Doha

    Com exceção do discurso de abertura do chanceler anfitrião, transmitido pela TV local, a reunião com Kerry transcorreu a portas fechadas, sem a presença de jornalistas.

    SUNITAS E XIITAS

    O CCG é um grupo formado por seis monarquias sunitas do golfo Pérsico –Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein e Omã-, as quais enxergam com resistência o acordo americano com o Irã, xiita.

    Na abertura do encontro em Doha, Attiya destacou que a relação com o Irã deve se basear "na boa vizinhança e não na ingerência nos assuntos internos", e que as disputas devem ser solucionadas de forma "pacífica" -os países do grupo acusam Teerã de apoiar grupos xiitas em seus territórios.

    Os conflitos na Síria, Iraque e Iêmen também foram mencionados pelo chanceler do Qatar.

    Kerry, que não falou com repórteres durante o encontro, não deve passar por Israel em sua viagem, reforçando suspeitas de que o governo americano desistiu de convencer o premiê Binyamin Netanyahu a apoiar o acordo -o que é negado por autoridades do Departamento de Estado.

    Esta é a primeira viagem do secretário após a assinatura do documento. Depois da escala em Doha, Kerry visita Cingapura, Malásia e Vietnã. A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que se reúne este ano em Kuala Lumpur, é uma aliada estratégica de Washington, em particular ante as ambições regionais da China.

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