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    Paquistão executa homem apesar de controvérsia sobre idade penal

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    04/08/2015 08h28

    O Paquistão executou na madrugada desta terça-feira (4), em Karachi, Shafqat Hussain, acusado de matar uma criança de sete anos de idade quando seria menor, segundo sua família e seus advogados.

    A aplicação da pena de morte neste caso causou controvérsia internacional, devido à legislação do país sobre crianças e adolescentes.

    Sajjad Qayyum - 12.mar.2015/AFP
    Parente de Shafqat Hussain exibe sua foto; ele foi executado neta quara-feira (4)
    Parente de Shafqat Hussain exibe sua foto; ele foi executado neta terça-feira (4)

    Apesar de permitir a prisão de crianças a partir dos sete anos de idade, a legislação paquistanesa proíbe a execução de pessoas detidas quando menores de 18 anos de idade.

    Há controvérsia em torno do enforcamento de Hassain porque existem dúvidas sobre sua verdadeira idade no momento da prisão. Ele foi detido em 2004 e confessou, supostamente após tortura, ter matado a criança.

    Segundo sua família, Hassain teria 14 anos quando foi preso, enquanto seus advogados dizem que registros escolares comprovariam a idade de 17 anos. Por sua vez, promotores públicos afirmam que Hussain seria um adulto trabalhando como vigia na ocasião.

    "Um homem cuja idade permanece em disputa e cuja acusação foi construída com base na tortura agora pagou com sua vida", disse David Griffiths, diretor de pesquisa da organização de direitos humanos Anistia Internacional. "[É um] dia muito triste para o Paquistão."

    O Paquistão havia imposto uma moratória sobre a pena de morte em 2008, mas esse tipo de punição foi retomado em dezembro após um ataque do grupo radical islâmico Taleban em uma escola na cidade de Peshawar.

    Desde então, 180 pessoas foram executadas no país. Segundo a Anistia Internacional, apenas o Irã e a China executaram mais prisioneiros que o Paquistão neste ano.

    Grupos de direitos humanos dizem que o Paquistão tem cerca de 8.000 detentos no corredor da morte e acusam a polícia de usar tortura para extrair confissões. As autoridades negam torturar prisioneiros.

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