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    Apesar de remilitarização, premiê japonês anuncia resolução antinuclear

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/08/2015 16h42

    Numa declaração que contrasta com a proposta de remilitarização do país, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse em seu discurso em Hiroshima que pretende apresentar uma nova resolução à ONU pela eliminação do arsenal atômico.

    Abe falou ao público presente em Hiroshima durante a cerimônia que lembra os 70 anos dos ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial.

    Como único país a ter sofrido um ataque com artefatos nucleares, o Japão, disse Abe, tem uma "importante missão" em promover o abandono de armas semelhantes. Ele afirmou que o país irá colocar uma nova resolução na mesa no próximo encontro da cúpula do G7, a ser realizado em Shima, no Japão, em maio de 2016.

    O premiê disse ainda que pretende "estimular os líderes mundiais a obter testemunhos de primeira mão sobre a trágica realidade dos bombardeios atômicos" de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki.

    A declaração vem à tona num momento em que Abe e seu governo pressionam pela aprovação de projetos no campo da segurança, no Parlamento, que poderiam implicar no envio de tropas japonesas para conflitos pela primeira vez desde a Segunda Guerra, o que tem provocado protestos em massa em todo o país.

    Boa parte da opinião pública do país é crítica em relação às medidas propostas pelo premiê para distanciar o país da Constituição pacifista e buscar uma posição mais ativa na questão da segurança. Sobreviventes do bombardeio criticaram Abe em uma reunião após a cerimônia de recordação.

    Abe respondeu repetindo sua opinião de que a legislação é essencial para garantir a segurança do Japão, o qual vê um aumento na tensão com a China, devido a disputas territoriais, e com a Coreia do Norte, que tem realizado uma série de testes balísticos nos últimos anos.

    PACIFISMO

    O prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, ao discursar no evento, pediu que as armas nucleares sejam suprimidas e exigiu a criação de sistemas de segurança que não dependam de poderio militar.

    "Trabalhar com paciência e perseverança para alcançar esses sistema será vital e exigirá que promovamos em todo o mundo o caminho para a verdadeira paz revelado pelo pacifismo da Constituição japonesa", disse ele em um discurso.

    70 anos dos bombardeios nucleares

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