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    Apelo de Donald Trump entre eleitores republicanos intriga analistas

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK (EUA)

    07/08/2015 11h47

    Na pré-campanha presidencial dos Estados Unidos, o que mais tem intrigado analistas na imprensa americana não é exatamente a explosão de personalidade de Donald Trump, o empresário bilionário, apresentador de TV e pré-candidato com maior intenção de voto no Partido Republicano.

    O que mais tem gerado questionamentos é o perfil do eleitor que o apoia, a despeito de seus insultos a oponentes e parcelas da população.

    Andrew Harnik-6.ago.2105/AP
    O pré-candidato republicano Donald Trump gesticula durante debate na Fox News, em Cleveland (Ohio)
    O pré-candidato republicano Donald Trump gesticula durante debate na Fox News, em Cleveland (Ohio)

    Certamente não se trata de uma amostragem completa, mas talvez traga alguma luz aos estrategistas eleitorais. Aos 92 anos, Baeda Corum resolveu se registrar para votar em 2016 pela primeira vez na vida.

    Nas últimas sete décadas, nunca havia se encantado com um candidato presidencial. Até ouvir Trump discursar, relatou à emissora Local 8 Now, do Tennessee.

    "Ele tem uma mente boa e fala exatamente do jeito que acha que tem que ser", observou.

    Os Estados Unidos, opina, são um bom país, "mas estão indo ladeira abaixo tão rápido que precisamos de alguém para consertar as coisas".

    Outros eleitores, talvez menos encantados que Corum, devem ter visto a compilação de dez horas que o site "Independent Journal Review" fez com cenas de Trump insultando pessoas.

    O fato é que as pesquisas mostram o magnata na liderança, com folga, entre os 17 postulantes do Partido Republicano.

    DEBATES

    Como tem sido comum, Trump pautou parte do debate dos sete pré-candidatos mais bem colocados realizado nesta quinta-feira (6) pela Fox News. A "série B" do fórum foi seguida do debate principal entre os dez primeiros colocados.

    A mediadora aproveitou que "o elefante não estava na sala", como se referiu a Trump, para questionar os presentes por que eles insistiam em disputar se estavam indo tão mal.

    Ricky Perry, ex-governador do Texas, que já foi uma promessa do partido, respondeu que Trump lidera a disputa usando seu status de "celebridade mais que o seu conservadorismo" e não entrega resultados concretos.

    O segundo colocado nas primárias de 2012 e ex-senador Rick Santorum fez menção a uma das maiores polêmicas de Trump, que chamou mexicanos imigrantes ilegais de criminosos. Santorum se definiu como o pré-candidato que mantém o foco no trabalhador americano.

    A ex-empresária Carly Fiorina disse que a liderança de Trump reflete a exaustão do eleitorado com a política tradicional, mas que ele pede credibilidade ao mudar de opinião em temas como aborto e lembrou das doações que fez a campanhas passadas do democrata Bill Clinton.

    Em um debate sem ataques entre os presentes nem aos outros pré-candidatos republicanos, sobrou para o presidente democrata Barack Obama e a favorita à sucessão, Hillary Clinton, considerada continuação do atual governo.

    Questionados sobre qual seria a primeira medida que expediriam se eleitos, os republicanos foram unânimes em responder: revogar os decretos de Obama, a começar pelo ato executivo inaugural —fechar a prisão de Guantánamo.

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