O Parlamento do Iraque aprovou nesta segunda-feira (17) um relatório pedindo que o ex-premiê Nouri al-Maliki seja responsabilizado judicialmente pela tomada da cidade de Mossul pelo Estado Islâmico, em junho do ano passado.
O documento foi aprovado pela maioria dos parlamentares. Os legisladores iraquianos acusam Maliki de ter avaliado mal a ameaça que a milícia representava para a cidade porque escolheu comandantes militares corruptos.
18.jun.2014/AFP | ||
O ex-primeiro-ministro Nouri al-Maliki, em discurso em 2014; parlamentares querem sua condenação |
O governo não explicou como Mossul foi perdida ou disse quem deu a ordem para abandonar o combate. Maliki acusou países, cujos nomes não foram divulgados, militares e políticos rivais de tramarem a queda da cidade.
O relatório será entregue em breve ao procurador-geral iraquiano e ao atual primeiro-ministro, Haider al-Abadi, que terá a prerrogativa de enviá-lo ou não à corte marcial.
Os parlamentares pedem que também sejam processados o ex-governador de Mossul Atheel al-Nujaifi, o ex-ministro da Defesa Sadoun al-Dulaimi, o ex-chefe do Exército Babarkir Zebari e outros sete ex-funcionários do governo.
Depois da tomada de Mossul, o Estado Islâmico pôde controlar a fronteira do Iraque com a Síria e, a partir daí, declarar seu califado. A derrota militar expôs as falhas do sistema de governo iraquiano, dividido entre xiitas, sunitas e curdos.