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    Viagem de Dilma aos EUA dá calote de US$ 100 mil em aluguel de limusines

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK
    FERNANDA EZABELLA
    DE LOS ANGELES

    17/08/2015 15h19

    O brasileiro que é proprietário de uma empresa de limusines em San Francisco (EUA) disse que entrará na Justiça americana contra o governo brasileiro se não receber os US$ 100 mil pelos serviços de transporte prestados durante a viagem oficial de Dilma Rousseff à Califórnia, em julho.

    O cônsul-geral em San Franciso confirmou que o valor não foi pago, mas considerou "normal" o "atraso".

    "Ainda não recebemos os recursos de Brasília. Não sei exatamente a razão. Deve ser algum problema orçamentário, então a gente não pôde ainda realizar o pagamento", disse Eduardo Prisco Paraiso Ramos à Folha.

    Segundo Eduardo Marciano, dono da NS Highfly Limousine, a comitiva contratou 25 motoristas, dois ônibus, um caminhão, três vans e 19 limusines. Ele disse que usou US$ 40 mil de recursos próprios para custear parte das diárias dos 25 motoristas e das vans, que ele sublocou.

    A história surgiu em um site de blogueiros que é veiculado pela rede CNN.

    Dilma esteve na Califórnia no dia 1º de julho, mas os veículos foram usados de 16 de junho a 2 de julho, para os preparativos da visita.

    "Estou cansado de ir ao consulado. Não quero levar o governo aos tribunais aqui. Mas não posso ter um prejuízo desses", disse Marciano.

    Ele disse que as tentativas de comunicação direta com o Itamaraty foram frustradas.

    PRÓXIMOS DIAS

    Procurado pela Folha, o Itamaraty informou que os recursos foram liberados recentemente e que a dívida será paga nos próximos dias.

    A pasta informou ainda que não havia limusines entre os veículos alugados, apenas carros sedan, vans e ônibus para o transporte de jornalistas que acompanharam a agenda da presidente.

    O ministério enfrenta crise motivada pelo corte de R$ 40,7 milhões no orçamento em 2015 imposto pelo governo federal.

    Na semana passada, as cerca de dez representações nos EUA receberam comunicado informando o cancelamento das apólices de seguro de veículos oficiais, segundo um funcionário que não quis ser identificado. Uma autoridade teria recomendado a não utilização dos carros.

    O cônsul em San Francisco disse que tomou medidas administrativas para encomendar vários serviços solicitados por Brasília, mas não recebeu os pagamentos.

    Questionado se outros serviços não foram pagos, disse: "Assim de cabeça não sei. Mas sei que várias coisas já foram pagas. Talvez ainda haja alguma coisa por pagar. Mas é normal, está vindo normalmente.

    A Secretaria de Estado vai mandando dinheiro e a gente vai fazendo os pagamentos. É normal, algum atraso é sempre normal."

    Colaborou FLÁVIA FOREQUE, de Brasília

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