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    Angela Merkel desembarca no Brasil com pauta comercial modesta

    ISABEL FLECK
    DE SÃO PAULO
    JEAN-PHILIP STRUCK
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BONN

    19/08/2015 21h31

    A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, chegou na noite desta quarta-feira (20) ao Brasil com uma agenda pragmática, sem anúncios bombásticos de investimentos ao estilo chinês.

    Um de seus objetivos é apenas expandir a velha parceria comercial entre os dois países e levá-la para um campo estratégico.

    Merkel vem acompanhada de sete ministros como parte de um dispositivo diplomático chamado Consultas Intergovernamentais de alto nível.

    Na comitiva não vieram empresários alemães, mas a chanceler se encontra na manhã desta quinta (20) com representantes de indústrias alemãs com negócios no Brasil. Há cerca de 1.400 delas atuando no país, como Volkswagen, Mercedes-Benz, Siemens e Basf.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    A chanceler alemã, Angela Merkel, no Palácio da Alvorada, com Dilma e ministros dos dois países
    A chanceler alemã, Angela Merkel, no Palácio da Alvorada, com Dilma e ministros dos dois países

    Do lado brasileiro, o governo convocou uma reunião no Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira (19) sob o discurso oficial de ouvir empresas brasileiras com interesse no mercado alemão.

    A sugestão foi dada pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro. O chanceler Mauro Vieira foi convocado às pressas, na própria quarta.

    A intenção do Planalto era conhecer as demandas dos empresários para melhorar o comércio bilateral e ter "elementos para negociar" com a delegação visitante.

    No entanto, aliados de Dilma afirmaram que o objetivo também era pedir à elite empresarial confiança nas políticas econômicas do governo.

    Apesar de a agenda comercial não ser um dos temas prioritários da visita, a Alemanha é o quarto maior parceiro do Brasil e foi um dos destinos de exportação que menos viram o volume do comércio cair neste ano.

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    De janeiro a julho, as exportações para a Alemanha foram de US$ 3,3 bilhões, caindo 10,8% em relação ao mesmo período no ano anterior.

    A queda, contudo, é menor do que a vista nas exportações para a União Europeia como um todo (19,4%) e para China (19,3%), Holanda (30%) e Argentina (11,5%) –países que importam mais do Brasil do que a Alemanha.

    Merkel e Dilma se reúnem na manhã desta quinta-feira, no Planalto, enquanto os ministros alemães –de Relações Exteriores, do Meio Ambiente, de Agricultura, dos Transportes, da Saúde e de Cooperação Econômica– mantêm encontros bilaterais na Esplanada.

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    Já no jantar que estava previsto para esta quarta, a ideia era fazer avançar o diálogo em cada área, com "mesas setoriais", divisão em que os representantes de cada setor dos dois governos sentassem próximos.

    INTERESSES GLOBAIS

    Entre os temas globais que vão ser discutidos estão a posição dos países em relação às mudanças climáticas e outros dois assuntos que vêm aproximando os governos: a cooperação em cibersegurança e a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

    "A Alemanha, apesar de ser uma potência econômica, também é emergente em matéria de política internacional e, assim como o Brasil, ainda procura seu espaço global. Os dois países têm espaço para procurar uma agenda comum", afirma Felix Dane, diretor do ramo brasileiro da Fundação Konrad Adenauer, alinhada ao CDU, o partido de Merkel.

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