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    Presidente da Colômbia pede à Venezuela colaboração em fronteira

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    22/08/2015 15h00

    O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou neste sábado (22) que diante dos problemas de segurança na fronteira com a Venezuela é preciso buscar colaboração entre os governos, ao invés de fechar a passagem binacional, como ordenou o presidente Nicolás Maduro.

    "Se é por questões de segurança, a resposta não deveria ser fechar a fronteira. Deveria ser colaborar de forma mais eficaz com as autoridades colombianas", disse Santos durante um conselho de ministros na cidade de Bucaramanga (nordeste).

    O presidente colombiano acrescentou que seu país e a Venezuela têm "os mesmos objetivos. Estamos buscando eliminar, tirar do jogo, estes grupos criminosos dedicados a delinquir na fronteira".

    Santos disse que com o fechamento "os únicos que ganham com os delinquentes" e ressaltou que suspender o corredor binacional "traz inconvenientes, gera mal-estar, prejudica muita gente inocente".

    Maduro anunciou na sexta-feira o prolongamento do fechamento da fronteira, que havia começado na quinta-feira nas localidades de San Antonio del Táchira e Ureña por 72 horas.

    "Decidi prorrogar além de 72 horas o fechamento da fronteira, muito além", disse Maduro em rede nacional de rádio e TV.

    A medida permanecerá em vigor por tempo indefinido, enquanto a Venezuela declarou estado de exceção em parte da linha limítrofe após um ataque de desconhecidos que terminou com três militares e um civil feridos.

    Na ação, realizada na quarta-feira, dois homens em uma motocicleta atacaram pelas costas, com armas de fogo, dois tenentes que participavam em uma operação de combate ao contrabando na cidade de San Antonio del Táchira, na fronteira noroeste com a Colômbia.

    "Depois anunciaremos o alcance deste plano, mas esta fronteira fica fechada até novo aviso, até que possamos regularizar nossa vida econômica, social, até que possamos capturar os assassinos esta fronteira fica fechada", acrescentou Maduro.

    Segundo ele, o estado de exceção constitucional instaurado em vários municípios do estado de Táchira tem por objetivo "restabelecer a ordem, a paz, a tranquilidade e a justiça na fronteira".

    Santos, por sua vez, indicou que na próxima quarta-feira as chanceleres dos dois países, María Ángela Holguín, da Colômbia, e Delcy Ramírez, da Venezuela, se reunirão para buscar uma solução conjunta.

    O presidente anunciou que seu governo atenderá a situação dos colombianos deportados da Venezuela e dos habitantes da zona da fronteira afetada pelo fechamento.

    Venezuela e Colômbia compartilham uma porosa fronteira de 2.219 km, onde as autoridades dos dois países denunciam a atividade de grupos guerrilheiros, paramilitares, narcotraficantes e contrabandistas de combustível e outros produtos fortemente subsidiados pelo governo venezuelano.

    CASAS INSPECIONADAS

    Mais de 2.000 soldados da Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela inspecionam neste sábado (22) casa por casa na região da fronteira com a Colômbia em busca de paramilitares, contrabandistas e acusados de outros crimes, no marco de um estado de exceção decretado pelo presidente Maduro.

    O rastreamento se cumpre em uma região do estado de Táchira, invadida ilegalmente por cerca de 1.900 famílias, cujos integrantes são, aproximadamente, 90% de origem colombiana.

    "Os que estiverem ilegalmente na Venezuela terão que retornar à Colômbia", advertiu a agência de notícias estatal venezuelana.

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