O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste sábado (22) que só reabrirá a fronteira com a Colômbia após o restabelecimento da paz na região e o fim do "ataque" colombiano à economia venezuelana.

"Vamos promover uma agenda para restabelecer a normalidade, a paz e a legalidade na divisa. Enquanto isso não acontecer, e enquanto não parar o ataque da Colômbia contra nossa economia, eu não vou abrir a fronteira."

	Carlos Eduardo Ramirez/Reuters
	Soldados impedem travessia de fronteira entre Colômbia e Venezuela em San Antonio del Táchira

Desde quinta (20), os dois principais postos na divisa entre os países estão fechados. Maduro diz que a medida é necessária para combater as atividades ilegais na região.

Já o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse neste sábado (22) que o problema deveria ser solucionado de outra maneira. "Se é por questões de segurança, a resposta não deveria ser fechar a fronteira. Deveria ser colaborar de forma mais eficaz com as autoridades colombianas."

Segundo Maduro, o contrabando de gasolina e outros produtos subsidiados pelo governo venezuelano para a Colômbia faz parte de uma guerra econômica contra seu governo por parte de paramilitares e oposicionistas de direita. A Venezuela enfrenta há meses uma grave crise de abastecimento de produtos básicos.

O governador do Estado venezuelano de Táchira anunciou neste sábado que a polícia deteve oito homens suspeitos de serem paramilitares e a deportação de 185 colombianos.

FRONTEIRA FECHADA

Na sexta (21), Maduro anunciou que prolongaria por tempo indefinido o fechamento da fronteira, iniciado na quinta (20) em San Antonio del Táchira e Ureña. Inicialmente, o bloqueio duraria apenas 72 horas.

A Venezuela também declarou estado de exceção por 60 dias em cinco municípios do Estado de Táchira após um ataque deixar três militares e um civil feridos na quarta (19). Na ocasião, dois homens em uma motocicleta atacaram pelas costas, com armas de fogo, dois tenentes que participavam em uma operação de combate ao contrabando na cidade de San Antonio del Táchira, na fronteira noroeste com a Colômbia.

Na próxima quarta-feira (26) as chanceleres dos dois países, María Ángela Holguín, da Colômbia, e Delcy Ramírez, da Venezuela, se reunirão para buscar uma solução conjunta.

Venezuela e Colômbia compartilham uma porosa fronteira de 2.219 km, onde as autoridades dos dois países denunciam a atividade de grupos guerrilheiros, paramilitares, narcotraficantes e contrabandistas.