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    Oposição deve reconhecer derrota em Tucumán, diz candidato de Kirchner

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    25/08/2015 14h50

    O candidato do governo à Presidência argentina, Daniel Scioli, afirmou nesta terça (25) que a oposição deve agir com responsabilidade e reconhecer a derrota na província de Tucumán, que teve eleições locais tumultuadas no último domingo (23).

    Segundo a autoridade eleitoral na província, 40 urnas foram incendiadas no domingo (23) por militantes políticos. O candidato a governador da oposição, José Cano, afirma que 200 zonas eleitorais tiveram seus resultados adulterados, sugerindo fraude na contagem dos votos.

    David Fernández/Efe
    O candidato do governo à presidência argentina, Daniel Scioli, durante coletiva de imprensa, em agosto, em Buenos Aires
    O candidato do governo à presidência, Daniel Scioli, durante coletiva, em agosto, em Buenos Aires

    Na esteira dos tumultos, manifestantes protestaram na noite desta segunda (24) na capital da província, San Miguel de Tucumán, e houve confronto com a polícia.

    A polêmica acirrou a disputa presidencial, cujas eleições ocorrem em outubro.

    Maurício Macri, principal candidato à presidência pela oposição, defendeu a recontagem dos votos e criticou a eleição de Tucumán.

    "Não se pode dizer que foi uma eleição normal. Queimar urnas em pleno século 21 é inaceitável", disse Macri, que aproveitou para criticar o opositor governista. "Foi muito imprudente do candidato da Frente para a Vitória [partido de Cristina Kirchner] dizer que tinham ganhado e que a eleição foi normal".

    Scioli, por sua vez, pediu que a oposição reconheça "cedo ou tarde" a vitória do governo na província.

    "Peço a Macri, à altura de sua responsabilidade como candidato a presidente, que tenha a grandeza de reconhecer o triunfo da Frente para a Vitória e do peronismo em Tucumán", afirmou.

    'MANTO DE DÚVIDAS'

    Scioli sugeriu que a oposição também levantou suspeitas após as eleições primárias, em 9 de agosto, na qual ele saiu na frente com 38% dos votos para presidente. A aliança liderada por Macri teve 30% nessa etapa preliminar. O primeiro turno da eleição ocorrerá em outubro.

    "Macri não foi feliz colocando um manto de dúvidas sobre a eleição", disse.

    Terceiro colocado na disputa nacional, Sérgio Massa, da coligação UNA (Unidos por uma Nova Argentina) propôs nesta terça (25) que os candidatos discutam a adoção do voto eletrônico na eleição de outubro.

    "Quero convidá-los a estabelecer um mecanismo que permita que a Argentina tenha um processo rápido e transparente em matéria eleitoral", disse Massa.

    Há poucas experiências de votação eletrônica na Argentina: na província de Salta, em parte de Córdoba e na capital Buenos Aires. Ainda assim, a urna é apenas uma impressora do voto, que é depositado em papel em uma urna e contado manualmente.

    A Junta Eleitoral de Tucumán descartou a realização de novas eleições, apesar das denúncias. E afirmou que uma a contagem definitiva dos votos começará a ser feita às 18h desta terça (25). O processo pode levar dias.

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