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    China vira alvo de pré-candidatos à Presidência dos EUA

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    29/08/2015 02h32

    A incertezas sobre a economia chinesa viraram munição pesada na campanha presidencial dos Estados Unidos.

    Pré-candidatos republicanos à Casa Branca aproveitaram o tombo das Bolsas chinesas para bater no país e no presidente Barack Obama, acusando-o de ser frouxo ao lidar com Pequim.

    Um deles, o governador de Wisconsin, Scott Walker, exigiu que o governo cancele a visita aos EUA do líder chinês, Xi Jinping, marcada para o próximo mês.

    Donald Trump, que lidera a corrida republicana, propôs trocar o banquete que será oferecido a Xi por uma refeição do McDonald's.

    Muito antes de se tornar candidato, o histriônico bilionário costumava criticar com frequência os chineses, acusando-os de roubar empregos dos americanos com práticas desleais, como a manipulação do valor de sua moeda.

    Chip Somodevilla - 6.ago.2015/AFP
    Debate entre pré-candidatos republicanos à Casa Branca, no dia 6 de agosto, em Cleveland
    Debate entre pré-candidatos republicanos à Casa Branca, no dia 6 de agosto, em Cleveland

    Nesta semana, quando a Bolsa de Nova York despencou por temor de desaceleração mais grave da China, Trump tuitou: "Os mercados estão desabando, tudo por causa de mau planejamento e por permitir que a China e a Ásia ditem a agenda. Isso pode ficar caótico".

    Trump faz críticas e deboches, como imitar o sotaque chinês, mas sem propor algo concreto nem dizer como faria a China a mudar de rumo.

    As queixas nos EUA contra as supostas práticas econômicas desleais dos chineses são antigas, de dumping a manipulação cambial. A nova ofensiva republicana ganhou fôlego após a China desvalorizar sua moeda, há duas semanas, criando o temor de uma guerra cambial.

    Falar grosso em relação à China virou quase obrigação entre os candidatos republicanos, e não apenas em relação a temas econômicos.

    Marco Rubio, senador e presidenciável republicano, promete reforçar a presença militar americana no Pacífico para conter a expansão marítima de Pequim.
    "Não podemos permitir que a nossa capacidade militar se atrofie enquanto a China se fortalece", escreveu Rubio em artigo no "The Wall Street Journal".

    Para alguns analistas, os republicanos sabem que precisam subir o tom para fazer frente à candidata democrata favorita, Hillary Clinton, considerada linha-dura em relação à China.

    Em um comício no mês passado, Hillary deixou claro que vê a China como país rival, não parceiro dos EUA.

    "Não se iludam: eles sabem que estamos competindo e farão de tudo para vencer", disse Hillary em um evento de campanha em New Hampshire.

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