• Mundo

    Sunday, 28-Apr-2024 18:33:01 -03

    Hungria contraria UE e permite viagem de refugiados à Áustria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    31/08/2015 16h26

    Trens que levavam centenas de refugiados chegaram a Viena nesta segunda (31) vindos de Budapeste, incluindo passageiros que já haviam solicitado asilo à Hungria, o que contraria as diretrizes da União Europeia (UE). Ao menos um trem da Hungria também chegou à Alemanha com refugiados em situação semelhante.

    O episódio é mais novo desdobramento da crise humanitária causada pelo fluxo de estrangeiros vindos de zonas de conflito na Europa.

    A Hungria permitiu que ao menos quatro trens saíssem —três em direção a Viena, e um, a Munique— com os refugiados.

    Segundo testemunhas, muitos dos que desembarcaram em Viena, na maioria sírios, procuraram imediatamente conexões para a Alemanha. A polícia não interveio e deixou os estrangeiros seguirem seu curso.

    Na Alemanha, um trem vindo da Hungria chegou com cerca de 200 refugiados, estimou a polícia.

    Patrick Domingo/AFP
    Migrants who arrived from Budapest walk on the platform at Vienna's Westbahnhof railway station on August 31, 2015. After arriving at Vienna's Westbahnhof, many of the migrants then boarded a train to Salzburg, while others climbed on to another one headed for Munich, with police looking on, an AFP correspondent at the scene said. AFP PHOTO / PATRICK DOMINGO ORG XMIT: 9234
    Refugiados desembarcam na Westbanhof, em Viena, de trem que partiu de Budapeste

    Enquanto a Áustria afrouxa a fiscalização nas ferrovias, as blitze nas rodovias estão mais frequentes. Após um caminhão ter sido abandonado com os corpos de 71 refugiados em um acostamento na última quinta (27) e uma minivan ter sido flagrada transportando 26 estrangeiros ilegalmente em condições precárias, a polícia reforçou a segurança nas estradas.

    As checagens mais rigorosas provocaram diversos pontos de congestionamento nas ligações entre Hungria e Áustria.

    Na estação ferroviária vienense, o clima entre os estrangeiros era de felicidade. "Ainda bem que ninguém pediu o passaporte. Sem polícia, sem problemas", disse à Reuters um dos refugiados, identificado como Khalil, 33, que era professor de inglês em Kobani, na Síria.

    Segundo o porta-voz da polícia austríaca, uma primeira tentativa foi feita de fiscalizar os viajantes, sendo que apenas aqueles que não fizeram pedidos de asilo à Hungria seriam liberados. Devido ao alto número de viajantes e à quantidade insuficiente de policiais, todos tiveram o acesso liberado.

    DETENÇÕES

    Nos últimos três dias, a Hungria deteve 8.792 estrangeiros que tentavam cruzar a fronteira com a Sérvia.

    Budapeste planeja tornar mais rígidas as leis contra a imigração ilegal nesta semana e reforçar a segurança na fronteira com a Sérvia. O governo disse que considera usar o Exército caso consiga o apoio do Parlamento.

    MERKEL

    Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel, cujo país estima receber 800 mil refugiados, mais do que qualquer outro país da UE, disse nesta segunda que a crise pode destruir o princípio da liberdade de ir e vir sacramentada pelo acordo de Schengen.

    "Se não formos bem-sucedidos em distribuir os refugiados de forma justa, então o destino de Schengen estará na agenda de muitos", afirmou.

    "Estamos ante um grande desafio nacional. Isso será um desafio central não apenas por dias ou meses, mas por um longo período de tempo."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024