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    Líder da Guatemala perde imunidade e será julgado por corrupção

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/09/2015 20h27 - Atualizado às 20h57

    O Congresso da Guatemala aprovou nesta terça-feira (1º) com unanimidade a retirada da imunidade do presidente Otto Pérez Molina, 64, acusado de um escândalo de corrupção envolvendo o desvio de verbas alfandegárias.

    Com isso, está aberto o caminho para que o mandatário seja submetido a um processo de impeachment pelo caso. Ele, porém, passará pelo julgamento político no cargo e afirmou na segunda (31) que não pretende renunciar. Seu mandato termina oficialmente em 14 de janeiro de 2016.

    A retirada da imunidade foi aprovada por todos os 132 deputados presentes na sessão plenária, dos 158 que compõem a Casa. Para que fosse referendada, a medida deveria ter o apoio de 105 parlamentares.

    A maioria dos 26 deputados que se abstiveram pertence ao partido Líder, o mesmo de Manuel Baldizón, candidato de Pérez Molina e que era o favorito nas pesquisas para as eleições presidenciais de domingo (6).

    Horas antes da votação, a entrada do Congresso foi bloqueada por sindicalistas e aliados de Pérez Molina que pediam a manutenção da data das eleições presidenciais e a prisão de todos os envolvidos em corrupção.

    Eles entraram em confronto com opositores ao presidente que tentavam abrir passagem aos deputados para dar início à votação. Esta será a primeira vez na história guatemalteca em que um presidente será julgado ainda no cargo.

    DENÚNCIA

    O pedido de impeachment foi aprovado no dia 21 de agosto pela Suprema Corte. A decisão dos magistrados baseou-se em investigação da Comissão Internacional contra a Impunidade sobre o caso La Línea (A linha, em espanhol).

    O órgão responsável pelo inquérito foi criado em 2007, em uma associação entre o governo e a ONU, e tem peritos nacionais e estrangeiros independentes. Em relatório, a comissão coloca o presidente como líder da quadrilha.

    Ao todo, foram denunciados 45 funcionários do governo, dos quais 28 estão presos. Dentre os acusados pela comissão, estão 14 ministros e a ex-vice-presidente Roxanna Baldetti, presa acusada de receber US$ 3,7 milhões.

    Em 21 de agosto, a acusação foi enviada da Suprema Corte para o Congresso, que criou uma comissão de inquérito para analisar as acusações antes de levá-la a votação nesta terça.

    O esquema de corrupção envolvendo Pérez Molina levou a Guatemala a sua pior crise política desde o fim da guerra civil, em 1996. Na última quinta (27), milhares de pessoas protestaram pedindo a renúncia do presidente.

    As mobilizações receberam o apoio da imprensa e de entidades patronais e de classe, que liberaram seus funcionários para participarem dos atos.

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