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    Conselho Europeu pede divisão de 100 mil refugiados entre países da UE

    DA AFP

    03/09/2015 07h56

    O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, convocou os Estados membros da UE a aceitar dividir o acolhimento de ao menos 100 mil refugiados, para aliviar a pressão sobre os países na linha de frente da crise de refugiados e migrantes.

    "Aceitar mais refugiados é um importante gesto de solidariedade real. Uma divisão justa de ao menos 100 mil refugiados entre os Estados da UE é o que precisamos agora", disse Tusk nesta quinta-feira (3) em uma coletiva de imprensa junto ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.

    Vários países europeus já rejeitaram quotas de divisão de refugiados –e com números muito inferiores aos 100 mil– e em uma cúpula em junho acordaram apenas acolher voluntariamente 32 mil pessoas procedentes de Síria e Eritreia, menos dos 40 mil propostos pela Comissão Europeia em maio.

    "PROBLEMA ALEMÃO"

    Orban declarou nesta quinta que a crise de refugiados e migrantes não é um problema europeu, mas alemão, ao defender a política de seu governo para enfrentar a onda de refugiados que passa por seu país rumo à Alemanha.

    "O problema não é um problema europeu, é um problema alemão", disse Orban em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.

    "Ninguém quer ficar na Hungria, na Eslováquia, na Estônia, na Polônia. Todos querem ir à Alemanha. Nosso trabalho consiste apenas em registrá-los, e faremos isso", afirmou em uma coletiva de imprensa com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

    "Os húngaros, os europeus têm medo, porque é possível ver que os líderes europeus (...) não são capazes de controlar a situação", acrescentou o primeiro-ministro, cujo país é criticado por ter erguido uma barreira em sua fronteira com a Sérvia.

    "Peço que Schulz diga aos deputados europeus que parem de criticar a Hungria, porque está fazendo o que é obrigada a fazer", afirmou Orban.

    Durante visita à Suíça, a chanceler alemã, Angela Merkel, rebateu a afirmação de Orban, dizendo que o fluxo de refugiados "é um problema que preocupa a todos nós na Europa" e que a decisão da Alemanha de receber os refugiados é moralmente necessária. O país é o principal destino de requerentes de asilo no continente.

    Merkel também indicou apoiar o pedido do Conselho Europeu, afirmando ter discutido com o presidente francês, François Hollande, e que ambos concordaram serem necessárias "cotas obrigatórias na União Europeia para dividir a tarefa de [... ajudar] aqueles que precisam de proteção".

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