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    Polícia húngara entra em choque com refugiados após forçar saída de trem

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/09/2015 16h12

    A polícia húngara parou um trem repleto de refugiados e migrantes a caminho da fronteira com a Áustria e tentou forçá-los a se dirigir a uma cidade com um acampamento nesta quinta-feira (3), desatando um confronto que se tornou foco da crise migratória na Europa.

    Depois de impedir o acesso à principal estação de trem da capital Budapeste durante dois dias, as autoridades húngaras permitiram que as pessoas, exaustas e confusas, embarcassem em um trem para o oeste.

    Centenas se espremeram nas composições, agarrando-se às portas e empurrando os filhos pelas janelas.

    Mas, em vez de seguir para a divisa austríaca, o trem foi detido na cidade de Bicske, a oeste de Budapeste, onde a Hungria tem um centro de recepção de imigrantes, e a polícia ordenou que todos desembarcassem.

    Policiais esvaziaram um dos vagões, enquanto outros cinco ficaram na estação expostos ao calor. Temendo a detenção, alguns imigrantes bateram nas janelas entoando "Campo não! Campo não!".

    Um grupo empurrou dezenas de policiais da tropa de choque que guardavam uma escadaria para poder voltar ao trem. Uma família— homem, mulher e uma criança de colo— foram para os trilhos, onde se deitaram em protesto.

    Foi necessário que policiais se atracassem com o homem para obrigá-los a se levantar.

    A opinião pública mundial ficou chocada com as imagens de um menino sírio de 3 anos que foi encontrado afogado em uma praia da Turquia. A imagem foi divulgada na primeira página de vários jornais nesta quinta-feira (3)

    "Ele tinha nome: Aylan Kurdi. Exige-se uma ação urgente - Uma mobilização em toda a Europa é urgente", disse o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, no Twitter, sobre o menino, um de pelo menos 12 pessoas de um grupo de 23 que pereceram tentando chegar à Grécia.

    O irmão de Aylan, Galip, de 5 anos, e sua mãe Rehan, de 35, também morreram. O pai, Abdullah, foi encontrado quase inconsciente e levado a um hospital.

    Uma tia de Vancouver, Teema Kurdi, contou ter sabido da notícia por outra tia: "Ela recebeu uma ligação de Abdullah, e tudo que ele disse foi 'minha esposa e meus dois meninos morreram'", segundo o jornal canadense "National Post".

    A atual crise está abalando a União Europeia, comprometida com o princípio de aceitar refugiados em fuga de situações de perigo real, mas que não tem um mecanismo para instigar seus 28 países-membros a compartilhar esse fardo.

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