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    Dilma envia chanceler a Colômbia e Venezuela para tratar de crise

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    04/09/2015 11h30

    Por orientação do Palácio do Planalto, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) viajou a Colômbia e Venezuela para tratar da crise política entre os vizinhos, iniciada há duas semanas.

    Nesta sexta-feira (4), Vieira terá agenda em Bogotá com a ministra Maria Ángela Holguín e, em seguida, embarca para Caracas para encontro com a chanceler Delcy Rodríguez.

    AFP
    Alunos que moram na Venezuela atravessam a ponte Simon Bolívar para chegar à escola na Colômbia
    Alunos que moram na Venezuela atravessam a ponte Simon Bolívar para chegar à escola na Colômbia

    A ideia de se oferecer para uma intermediação veio do Planalto, e o governo brasileiro decidiu avisar antes outros países da região, como Uruguai e Argentina —que resolveu se somar aos esforços. Para o Itamaraty, a viagem do chanceler também é uma forma de "mostrar a preocupação" do Brasil com o que está acontecendo entre os dois países.

    As reuniões em Bogotá e Caracas terão a presença dos dois chanceleres –brasileiro e argentino. O atrito teve início após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fechar a fronteira com a Colômbia como resposta à ação de supostos contrabandistas na região. A medida foi seguida da deportação de mais de mil colombianos que vivem na Venezuela.

    Em nota conjunta, as Chancelarias de Argentina, Brasil e Colômbia disseram que os dois ministros "buscam promover e aprofundar o diálogo entre as partes, dada a importância que conferem à unidade da região e à solução pacífica e negociada de controvérsias."

    Na semana passada, ele e Mauro Vieira se encontraram em Brasília para tratar da agenda regional. O ministro da Argentina afirmou ver o atrito entre Colômbia e Venezuela com "preocupação".

    INTERMEDIAÇÃO

    Na ocasião, no entanto, ambos os ministros adotaram tom cauteloso, ao afirmar que poderiam ajudar na crise diplomática somente se convidados. "O Brasil está sempre pronto e disposto a cooperar em qualquer circunstância, sempre e quando seja do interesse das partes envolvidas", disse Mauro Vieira.

    A mudança na posição do Brasil —que era a de deixar que os vizinhos resolvessem o problema entre eles— veio diante da persistência do conflito e de um impasse na OEA e na Unasul, que não conseguiram se reunir ainda para discutir sobre o tema.

    O fato é que instâncias como OEA (organização dos Estados Americanos) e Unasul não avançaram numa solução para o conflito. No fim de agosto, a Colômbia propôs uma missão da OEA para visitar a fronteira com a Venezuela e avaliar de perto "a crise humanitária".

    A proposta não alcançou maioria e foi rejeitada. Tanto Brasil como Argentina abstiveram-se na votação.

    A Unasul, por sua vez, tinha uma reunião de chanceleres agendada para esta semana, mas a Colômbia prometeu desfalcar o encontro caso não fosse feita uma reunião do grupo até esta sexta-feira para tratar do conflito.

    A agenda, no entanto, acabou adiada para a próxima terça (8) porque o presidente Nicolás Maduro e a ministra Delcy Rodríguez estavam em viagem à Ásia.

    Nesta sexta (4), o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários informou que 15.174 colombianos voltaram a seu país desde o fechamento da fronteira. Outros 1.355 foram deportados pelo governo de Nicolás Maduro.

    Segundo o órgão internacional, 3.429 deles estão em acampamentos e hotéis da região de Cúcuta, cidade colombiana mais afetada pela medida do governo venezuelano.

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