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    Maduro anuncia fechamento de mais uma parte da fronteira com Colômbia

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    08/09/2015 03h43

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na madrugada desta terça-feira (8) a expansão das áreas sob estado de exceção e o fechamento de mais um importante posto de passagem na fronteira com a Colômbia. Mais 3.000 militares foram mobilizados.

    Até então restritas ao Estado de Táchira, as medidas adotadas sob pretexto de combater o contrabando e as ações de paramilitares agora incluem o Estado de Zulia, um dos mais povoados do país.

    7.set.2015/Xinhua
    Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de reunião com ministros em Caracas
    Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de reunião com ministros em Caracas

    "Decidi, após um diagnóstico preciso, [fechar] o posto fronteiriço de Paraguáchon, no Estado de de Zulia", disse Maduro numa reunião ministerial transmitida pela TV.

    Guajira, Mara e Almirante Padilla são os municípios que acabam de ser incluídas na zona sob estado de exceção, medida que restringe liberdades e aumenta poderes do aparato de segurança.

    Maduro ressaltou, porém, que a medida não se aplicará ao povo guajiro, formado por 600 mil indígenas instalados há milhares de anos entre o Estado de Zulia e o território colombiano e alheio ao traçado de fronteiras.

    Fronteira Venezuela x Colômbia

    Os guajiros são vistos no imaginário venezuelano como um povo guerreiro que não aceita interferência política. Eles tiram boa parte de seu sustento de atividades de contrabando que o governo venezuelano diz querer combater.

    Maduro também anunciou ter aceitado proposta de mediação de Brasil e Argentina para solucionar e crise. O presidente disse que os chanceleres dos dois países lhe propuseram um encontro com o colega colombiano, Juan Manuel Santos, em Manaus ou Buenos Aires.

    TÁCHIRA

    A crise começou no dia 19 de agosto, quando três militares venezuelanos foram feridos a bala em circunstâncias confusas na fronteira com a Colômbia. Maduro culpou contrabandistas e paramilitares colombianos. Críticos dizem que o incidente foi um acerto de contas entre bandas criminosas rivais que operam dentro do aparato de segurança e acusam o presidente de tentar desviar o foco da crise econômica antes da eleição parlamentar de 6 de dezembro.

    Sob a justificativa de "limpar a área", Maduro fechou a fronteira em Táchira, decretou estado de exceção em cinco municípios do Estado, despachou contingente inicial de 2.000 militares para a área e deportou mais de mil colombianos. Outros 14 mil colombianos fugiram por se sentir pressionados, segundo cifras de Bogotá.

    A Colômbia diz que seus cidadãos sofreram abusos e denunciou a Venezuela na ONU por maus-tratos. A Venezuela exigiu ser ressarcida por ter recebido e fornecido saúde e educação gratuitas a grande quantidade de colombianos que escaparam do conflito interno na Colômbia desde os anos 1990.

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