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    Alemanha pode receber 500 mil refugiados por ano, diz vice-chanceler

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    08/09/2015 08h27

    O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, sinalizou nesta terça-feira (8) a disposição do país de receber cerca de 500 mil refugiados de zonas de conflito por ano, até que a crise humanitária se enfraqueça.

    "Acredito que poderíamos lidar com algo em torno de meio milhão [de refugiados] por muitos anos. Não tenho dúvida quanto a isso, talvez mais", afirmou o Gabriel em declaração à TV pública ZDF.

    A Alemanha calcula que receberá 800 mil pedidos de asilo somente em 2015, quatro vezes mais do que no ano anterior, o que faz do país o principal destino de refugiados da União Europeia (UE).

    Gabriel salientou, porém, que outros países europeus também precisam aceitar receber uma parte dos refugiados que chegam todos os dias de zonas de conflito, vindos principalmente da Síria, Afeganistão, Eritreia, Somália e Nigéria.

    "Nós não podemos simplesmente acolher quase um milhão de pessoas todos os anos e integrá-los sem problemas", disse, mas ponderou que a Alemanha pode receber "uma fatia desproporcionalmente maior [de refugiados] porque somos um país cuja economia é forte".

    Ele criticou, porém, que a União Europeia confie a um pequeno grupo de países a tarefa de abrigar todos os refugiados que chegam ao bloco —como a Áustria, a Suécia e a própria Alemanha.

    COTAS

    A França anunciou nesta terça um fundo emergencial de 10 milhões de euros para propiciar habilitação, assistência à saúde e educação aos refugiados que tentam escapar da guerra na Síria e no Iraque.

    O fundo também inclui outros 15 milhões de euros para ajudar o Líbano, a Jordânia e o Iraque a lidar com os milhões de deslocados pelo conflito sírio.

    O anúncio foi feito ao final de uma conferência internacional que teve o objetivo de discutir a situação das vítimas de violência religiosa e étnica no Oriente Médio.

    Na quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deve propor que mais 120 mil refugiados sejam acolhidos entre os 28 membros da União Europeia.

    A Alemanha pressiona por uma quantidade de cotas obrigatórias por país. Mas muitas nações do leste europeu e dos Bálcãs se opõem a aceitar ordens sobre o que fazer com os recém-chegados.

    "Qualquer proposta que leve à introdução de cotas obrigatórias e permanentes para medidas de solidariedade seriam inaceitáveis", disseram na semana passada a República Tcheca, a Eslováquia, a Hungria e a Polônia em um comunicado conjunto.

    Esses países já rejeitaram uma tentativa anterior da UE de dividir 40 mil refugiados, apenas uma fração do que Juncker considera agora.

    Em uma mudança de postura, a Espanha anunciou que está disposta a receber todos os refugiados propostos pela Comissão Europeia.

    A vice-premiê espanhola, Soraya Sáenz de Santamaría, não especificou os números, mas na quarta o braço executivo da UE deve propor uma cota de 19 mil para o país.

    A declaração indica uma mudança do governo espanhol de centro-direita, que resistiu à proposta original da comissão, em maio, argumentando que a Espanha acolheria uma quantidade menor de refugiados porque sua taxa de desemprego é de 22%.

    A Espanha também vinha argumentando que os imigrantes que chegam vindos diretamente da África limitam sua capacidade de absorção.

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