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    Chanceler brasileiro vai ao Irã pela 1ª vez após acordo nuclear

    ISABEL FLECK
    EM BRASÍLIA

    08/09/2015 21h24

    O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viaja no fim desta semana para o Irã para discutir a retomada de um diálogo mais intenso com o Brasil e oportunidades de comércio com a expectativa da queda das sanções ao país persa –é a primeira visita dele ao país após o acordo nuclear de julho.

    Vieira também passará por Beirute, onde discutirá, entre outros temas, o conflito na vizinha Síria e a situação dos refugiados do país –são 1,1 milhão em território libanês, o equivalente a um quarto da população do Líbano.

    O chanceler chega a Teerã no sábado (12). No domingo (13), há a expectativa de que seja recebido pelo presidente Hasan Rowhani. Na segunda (14), segue para o Líbano, onde fica até quarta (16).

    Alan Marques/Folhapress
    O chanceler brasileiro Mauro Vieira fala na comissão de Relações Exteriores do Senado Federal no dia 3.
    O chanceler do Brasil, Mauro Vieira, fala à comissão de Relações Exteriores do Senado no último dia 3

    O comércio com o Irã caiu quase 40% entre 2011 e 2014, puxado pelo recuo nas exportações brasileiras, de US$ 2,3 bilhões para US$ 1,4 bilhão.

    Commodities como carnes, milho, açúcar e soja representam mais de 98% dos produtos exportados pelo Brasil ao Irã hoje, e a venda de carne bovina brasileira para os iranianos caiu 68% nos últimos três anos.

    Para exportadores, o "risco Irã" –gerado pelas sanções, devido às quais bancos não aceitavam fazer transações com o país– é um dos principais obstáculos ao mercado iraniano, atraente por seu bom poder aquisitivo.

    O acordo fechado em julho entre Teerã e seis potências, incluindo os EUA, sobre o programa nuclear iraniano prevê a retirada gradual das sanções se o país cumprir sua parte no texto, especialmente no que diz respeito à redução no número de centrífugas e à permissão de inspeções.

    No Líbano, a agenda de Vieira tratará essencialmente de "temas regionais", como a Síria. A Embaixada do Brasil em Damasco foi transferida para Beirute em 2012, onde funciona desde então.

    Quase a metade dos 7.801 vistos de refugiado concedidos pelo Brasil desde 2013, quando entrou em vigor uma resolução do Conare (Comitê Nacional para Refugiados) sobre o tema, foi expedida em Beirute.

    Até a noite desta terça (8), ainda não estava definido se o chanceler seguiria do Líbano para a Tunísia. A passagem pela Argélia, inicialmente prevista para a mesma viagem, foi adiada.

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