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    Colômbia acusa Venezuela de invadir espaço aéreo do país pela segunda vez

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    14/09/2015 15h15

    A Força Aérea da Colômbia acusou a Venezuela nesta segunda-feira (14) de uma nova violação a seu espaço aéreo. Desta vez, um avião militar teria invadido o território colombiano na noite deste domingo (13).

    Segundo o comandante da Força Aérea, Carlos Bueno, a aeronave venezuelana teria invadido dez quilômetros do território colombiano às 22h09 locais (0h09 em Brasília), em zona de floresta de Nueva Antioquia (a 723 km de Bogotá).

    Xinhua
    O comandante da Força Aérea da Colômbia, Carlos Bueno, denunciou uma nova intrusão venezuelana
    O comandante da Força Aérea da Colômbia, Carlos Bueno, denunciou uma nova intrusão venezuelana

    Depois da invasão, o avião fez um giro de 350 graus e voltou ao território venezuelano. A intrusão ocorreu dez minutos após a Colômbia alertar os pilotos de dois aviões venezuelanos que se aproximavam muito da fronteira.

    No contato, os pilotos disseram que investigavam uma aeronave que sobrevoava a área. Depois da invasão, os militares colombianos reclamaram com os pilotos, que disseram ter sido obrigados a invadir devido ao mau tempo.

    Conforme acordo militar entre os dois países, qualquer entrada no espaço aéreo deve ser solicitada via rádio ao vizinho. Neste caso, segundo as autoridades colombianas, isto não aconteceu.

    A região onde ocorreu a invasão faz fronteira com o Estado venezuelano de Apure, que não está na área onde vigora o estado de exceção declarado pelo presidente Nicolás Maduro em agosto.

    A invasão acontece após outras duas aeronaves venezuelanas terem entrado no território colombiano no sábado (12). Na ocasião, os pilotos sobrevoaram um povoado e uma base do Exército em Majayura.

    A localidade fica ao lado do Estado venezuelano de Zulia, que entrou no estado de exceção na última terça-feira (8). No domingo (13), a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, disse que não há provas da invasão.

    Para a ministra, a denúncia do Exército colombiano é uma tentativa de impedir um encontro de Maduro com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, com mediação da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

    "Vemos com preocupação a sistemática tendência do governo colombiano de inventar incidentes que não existem para afetar as relações. Não existe prova alguma, além de uma invenção para frustrar uma reunião presidencial."

    IMPASSE

    Rodríguez refere-se à reunião de chanceleres da Unasul pedida pela Venezuela no final de agosto, mas que ainda não tem data definida. Enquanto isso, os dois países recebem oferta de mediação de outros países.

    Na semana passada, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, ofereceu a mediação em visita aos dois países com seu colega argentino, Hector Timerman. Ao mesmo tempo, Juan Manuel Santos recebia uma oferta de mediação do Uruguai.

    A Venezuela não deu resposta a nenhuma das mediações. Antes das negociações com os chanceleres, a Colômbia tentou negociar o assunto na OEA (Organização dos Estados Americanos), mas a proposta foi rejeitada.

    A crise provocada pelo fechamento unilateral da fronteira pelo governo de Nicolás Maduro chega a sua quarta semana. O governo venezuelano disse ter tomado a medida para evitar a ação do contrabando e de grupos paramilitares.

    Isso levou ao êxodo de 18 mil colombianos, dos quais 1.400 foram deportados. Nesta segunda, o Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu o fim das violações dos direitos humanos cometidas pela Venezuela no caso.

    Dentre as denúncias apresentadas pelo conselho, estão a separação de pais e filhos, destruição de casas dos colombianos no lado venezuelano da fronteira e falta do devido processo legal de deportação.

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