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    Segundo debate de republicanos centra fogo em Donald Trump

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    17/09/2015 00h20

    Provocações, ironias, bate-bocas. O segundo debate entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca, nesta quarta (16), subiu a temperatura da disputa e teve como alvo principal dos ataques o bilionário Donald Trump, líder nas pesquisas.

    A maior novidade em relação ao primeiro debate, em agosto, foi a participação da única mulher na corrida, Carly Fiorina, uma das mais aplaudidas.

    No calor da discussão, até o histórico de sucesso nos negócios de Trump (fortuna declarada de US$ 10 bilhões) foi questionado. "Você declarou falência quatro vezes, um recorde. Por que nós deveríamos confiar em você para administrar as finanças deste país melhor do que administrou as finanças dos seus cassinos?", disparou Fiorina.

    Com seu habitual estilo debochado, Trump retrucou que ela foi um fracasso como presidente da empresa de tecnologia Hewlett Packard. Mas preferiu um afago em vez de repetir ofensa feita em entrevista recente, em que disse que ninguém votaria em alguém com a cara de Fiorina. "Acho que ela tem um lindo rosto e é uma linda mulher."

    Sandy Huffaker/AFP
    Os pré-candidatos republicanos que participaram do debate na CNN posam diante do avião de Reagan
    Os pré-candidatos republicanos que participaram do debate na CNN posam diante do avião de Reagan

    Realizado pela rede CNN na Biblioteca Ronald Reagan, na Califórnia, o segundo debate republicano reuniu os 11 pré-candidatos do partido mais bem posicionados nas pesquisas, de um total de 16. Os demais participaram de um debate horas antes, apelidado de "série B".

    Tendo como cenário um avião presidencial usado por Reagan, o debate durou três horas e passou pelos principais assuntos da campanha, incluindo a economia, direitos civis, imigração e a instabilidade no Oriente Médio.

    Havia grande curiosidade em torno de Ben Carson, um neurocirurgião aposentado que cresceu nas pesquisas desde o último debate até chegar à segunda colocação, encostando em Trump.

    Mas Carson teve participação discreta e evitou confrontos, talvez como estratégia para manter-se como opção moderada numa disputa que tem sido favorável para os candidatos que não são políticos tradicionais, como ele, Trump e Fiorina.

    "Não quero ficar descrevendo quem é um político e quem não é, mas acho que as pessoas já tomaram sua decisão", disse o neurocirurgião.

    BATE-BOCAS

    Ao contrário de Carson, Trump se envolveu em uma série de bate-bocas no debate. Muitos com o terceiro colocado nas pesquisas, Jeb Bush, ex-governador da Flórida. Acusado pelo bilionário de ser um fantoche nas mãos de doadores da sua campanha, Bush deixou a calma habitual e bateu duro em Trump.

    "O único doador que tentou mudar as coisas foi você, ao tentar implantar cassinos na Flórida, mas eu disse não", afirmou Bush, enquanto o bilionário balançava a cabeça negativamente. "Garanto que, se eu quisesse, teria conseguido", respondeu Trump.

    Também sobraram ataques contra o presidente, Barack Obama, e a pré-candidata favorita entre os democratas, Hillary Clinton. Vários dos republicanos mencionaram a investigação do FBI sobre os e-mails oficiais enviados por Hillary de servidor privado.

    Outro alvo de ataques constantes foi o acordo nuclear assinado em julho entre o Irã e potências mundiais, incluindo os EUA. O senador Ted Cruz foi um dos mais veementes, acusando Obama de colocar em risco a segurança dos EUA e do mundo. "Se eu for eleito, rasgo em pedaços esse acordo no meu primeiro dia na Casa Branca", prometeu.

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